Gangues haitianas ampliaram domínio sobre o país.

Vice-secretária-geral da ONU pede que países enviem tropas ao Haiti
Gangues haitianas ampliaram domínio sobre o país. / Foto: © REUTERS/Ralph Tedy Erol/Direitos reservados

A vice-secretária-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Amina Mohammed, pediu aos países que considerem urgentemente o pedido do Haiti de uma força armada especializada internacional para ajudar a restaurar a segurança no país caribenho e aliviar a crise humanitária.

'Agora, certamente, não é hora de o mundo se afastar do Haiti', disse ela ao Conselho de Segurança da ONU. 'É hora de intensificar e transformar a crise atual em oportunidade para o Haiti se recuperar e voltar mais forte.'

As gangues haitianas expandiram seu domínio sobre o país desde o assassinato do presidente Jovenel Moise em 2021. A violência deixou grande parte do território fora dos limites do governo, e levou a tiroteios de rotina com a polícia.

Em setembro, gangues haitianas criaram uma crise humanitária ao bloquear terminal de combustível por quase seis semanas, interrompendo a maior parte da atividade econômica.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, propôs em outubro que um ou vários países enviassem 'uma força de ação rápida' para ajudar a polícia do Haiti a remover a ameaça representada por gangues armadas. Ele não estava sugerindo que a força fosse enviada pela ONU.

Até agora, porém, nenhum país se ofereceu para liderar essa força, embora as Bahamas tenham dito que poderiam enviar tropas ou policiais, se solicitadas a fazê-lo. Diplomatas também disseram que alguns países africanos estão prontos para oferecer apoio.

O vice-embaixador dos EUA na ONU, Robert Wood, afirmou ao Conselho de Segurança que Washington continua 'a defender o apoio à segurança internacional, incluindo força multinacional não pertencente à ONU, conforme solicitado pelo governo haitiano'.

'Os Estados Unidos forneceram mais de US$ 90 milhões em apoio à segurança do Haiti, nos últimos 18 meses, e continuarão a fornecer apoio crítico bilateralmente', disse Wood.

Uma resolução do conselho precisa de nove votos a favor e nenhum veto dos Estados Unidos, do Reino Unido, da França, China ou Rússia.