Até alguns meses atrás a Câmara se dividia, em sua maioria, entre o grupo de André Puccinelli (PMDB) e de Nelsinho Trad (PTB). Nelsinho e Puccinelli ficaram sem mandato, abrindo para Alcides Bernal (PP) e Reinaldo Azambuja (PSDB) e entregaram parte deste comando sobre vereadores.

Bernal não conseguiu aglutinar e conta com pouquíssimos apoiadores. Desta maneira, está sobrando para Azambuja o controle ou influência sobre a maioria dos vereadores. O Congresso abriu janela para troca de partido sem risco de perder o mandato e boa parte dos que não querem ficar em seus partidos estão correndo para os braços do governador.

Paulo Siufi (PMDB), Magali Picarelli (PMDB) e o vereador Eduardo Cury (PTdoB) são alguns dos que não escondem diálogo com o governador. Cury, inclusive, já decidiu que sairá do PTdoB e quer conversar com o governador antes.

“Está faltando uma conversa com o governador. Me interessa muito saber quem é o candidato a prefeito. Quero me envolver muito na eleição do novo prefeito. Eu não fico no PTdoB”, justificou o vereador, que destacou a proximidade de várias lideranças com o governador.

“Hoje todos estão querendo se alinhar ao governador. O Nelsinho, Marquinhos (deputado Marquinhos Trad-PMDB)”, analisou. Siufi também aguarda encontro com Azambuja. Ele havia sinalizado entendimento com o primo, Marquinhos, mas com a possibilidade de Márcio Fernandes (PTdoB) mudar para o PMDB, anunciou que vai conversar com Azambuja antes de decidir a vida dele.

Com Azambuja no governo, o PSDB já conseguiu a presidência da Câmara, com João Rocha, tem Dr. Lívio (PSDB) como vereador e vai ganhar José Chadid, que está de volta. Há também a possibilidade de filiação de Cury, Siufi e Magali, que daria ao partido o maior número de vereadores, ultrapassando o PMDB, que se confirmada a saída de Siufi e Magali, fica com quatro.

Nelsinho também mostrou força e tenta trazer vereadores para o PTB. Ele já filiou Chocolate e investe no vereador Francisco Saci, que pode deixar o PRTB. Ele também tem proximidade com o vereador Flávio César (PTdoB), que foi líder dele, e com Otávio Trad (PTdoB), que é  sobrinho. No caso de Otávio, divide a preferência com Marquinhos Trad, que vai para o PSD e também pode convidar o sobrinho. Marquinhos, por sua vez, tem proximidade com Chiquinho Teles e Coringa, que são do PSD, onde ele deve se filiar.

Puccinelli também continua tendo sua influência na Câmara, mas sem tanta força como antigamente. Hoje ele apita mais dentro do PMDB, que está encolhendo. Se Siufi e Magali saírem, o partido só terá dois vereadores concorrendo a reeleição: Carla Stephanini e Vanderlei Cabeludo. Mario Cesar e Edil Albuquerque já anunciaram que não são mais candidatos.