‘Munidos’ com processos que o prefeito de Campo Grande Alcides Bernal (PP) responde junto ao TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), alguns dos parlamentares implicados na denúncia que Procurador-Geral de Justiça Paulo Passos encaminhou ao Tribunal desta semana procuram se defender para o público na Câmara nesta quinta-feira (2). Os parlamentares alegam que se basearam em pareceres e inquéritos do próprio Ministério Público do Estado investigando possíveis crimes para votar pela cassação do prefeito.

O promotor de Justiça Alexandre Capiberibe Saldanha pediu o afastamento de Bernal em 2013 e 2015. O vereador Carlão (PSB) usou a tribuna para se defender. Carregando os papéis com os processos de Bernal, ele afirmou que todo o processo de cassação caminhou dentro da legalidade.

“Foi proposta nessa semana abertura de CPI para investigar falta de vacinas. Se esse inquérito resultar em comissão processante, voto sim de novo. Havia, na época, pareceres técnicos que confirmavam o meu voto. Posso até pagar por um crime que não cometi. Se quiser pago com a própria vida. Quem tem medo não entra na política. Sigo cumprindo o meu mandato e não tenho medo da eleição”, afirmou o vereador.

Eduardo Romero (Rede), afirmou que na época havia parecer técnico também da OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Mato Grosso do Sul) e do STF (Supremo Tribunal Federal) reconhecendo os crimes praticados por Bernal. “Quem era o advogado do Bernal era o presidente da OAB e mesmo assim a instituição reconheceu que havia indícios de irregularidade. Eu votaria sim de novo, não tenho dúvida dos crimes cometidos”.

Mario Cesar alegou que esta é uma oportunidade que a Justiça tem para obter os fatos e mostrar que tudo foi feito dentro da legalidade. “Foram várias audiências e pedidos de providências do próprio Ministério Público, que cobrava uma postura da Câmara. Estranho seria se não tivéssemos cassado, com tantos crimes e tantas provas”.

Para o vereador, afastado da presidência da Câmara em decorrência da investigação, não há conchavo na discussão por cargos. “Quando o Temer assumiu, ele já nomeou ministros. Fruto de uma conversa anterior, antes do afastamento da Dilma porque diante da possibilidade de afastamento, temos que pensar em nomes para que a máquina pública não pare. Foi o que aconteceu”,  ressaltou.