A Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso do Sul (SES) divulgou uma recomendação alertando a população sobre os riscos do uso indiscriminado de canetas emagrecedoras.

Venda clandestina de canetas emagrecedoras acende alerta em MS
MS registra aumento da obesidade e Saúde reforça perigo de canetas emagrecedoras sem registro. / Foto: Secretaria de Saude de MS

Segundo o órgão, o aviso foi motivado pela circulação irregular desses produtos, muitos deles trazidos clandestinamente pela região de fronteira com o Paraguai.

De acordo com a SES, o tratamento para perda de peso deve seguir diretrizes clínicas reconhecidas, já que medicamentos irregulares podem trazer riscos graves à saúde. A pasta ressalta que versões manipuladas, importadas sem receita ou vendidas em clínicas e redes sociais não passam por controle de qualidade e podem conter impurezas, toxinas e até bactérias.

A Coordenação de Vigilância Sanitária Estadual (Cvisa) destacou que o uso desses produtos pode causar reações adversas, intoxicações e até a morte.

“Essas canetas de medicamentos importados sem registro na Anvisa não têm qualquer garantia de eficácia e segurança. É fundamental que a população busque orientação médica e evite medicamentos de origem duvidosa”, afirmou o farmacêutico da Vigilância Sanitária, Alexandre Tutes.

A SES orienta que denúncias de comercialização irregular podem ser feitas pelo Disque Denúncia 181.
 
Anvisa aprova Mounjaro como tratamento para obesidade

O alerta acontece em meio ao aumento dos casos de obesidade. Segundo a SES, a obesidade está entre as condições crônicas mais prevalentes acompanhadas pela Atenção Primária à Saúde. O excesso de peso está associado a doenças como diabetes, hipertensão, dislipidemias e alguns tipos de câncer.

Dados do Ministério da Saúde apontam que a proporção de adultos com obesidade no país aumentou 72% em 13 anos, passando de 11,8% em 2006 para 24,3% em 2023.

Em Mato Grosso do Sul, números de 2024 do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan) mostram que, entre 432.773 pessoas avaliadas, 32,76% apresentaram sobrepeso, 23,06% obesidade grau I, 10,36% obesidade grau II e 5,99% obesidade grau III. Apenas 25,94% estavam com IMC adequado.

Como parte do enfrentamento à obesidade, a SES publicou em 2024 a Linha de Cuidado do Sobrepeso e Obesidade (LCSO), que busca tornar o atendimento mais eficaz e ampliar o acesso a estratégias de prevenção, promoção e tratamento.

A pasta reforça que o tratamento médico deve ser realizado por profissionais habilitados e que medicamentos não registrados ou adquiridos sem prescrição são considerados ilegais pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Segundo o Ministério da Saúde, as canetas emagrecedoras ainda não foram incorporadas à rede pública devido ao alto custo.