Vândalos picham escola, furtam comida e alunos ficam só na bolacha e suco

O anexo da Escola Municipal Professor Antônio Lopes Lins, localizado no Bairro Portal Caiobá 1, em Campo Grande, foi invadido por criminosos na madrugada desta quarta-feira (17). Além de pichar a copa da unidade, os invasores levaram alimentos e o botijão de gás usados no preparo da merenda dos alunos.

Sem gás, arroz, carne e outros produtos usados no preparo da merenda, as crianças atendidas pela escola no período matutino tiveram que lanchar suco e bolacha, comprados pela coordenação da instituição.

Segundo os moradores, a escola não tem guarda municipal para fazer a segurança do local, fato que teria facilitado a ação dos bandidos. Hoje, a equipe de reportagem do Jornal Midiamax esteve no local e constatou a ausência de um agente da Guarda Municipal.

De acordo com Jafé Santos, de 45 anos, presidente do Portal Caiobá 1, essa não é a primeira vez que a escola é alvo da ação de criminosos. Segundo ele, há 15 dias a unidade já havia sido furtada e um outro botijão de gás teria sido levado.

Jafé conta que há três anos a associação de moradores faz reuniões e solicitações junto à Prefeitura na tentativa de solucionar os problemas da educação e segurança na região. Ele lembra que no dia 3 de outubro de 2013, um requerimento foi recebido pelo então secretário municipal de Educação, José Chadid, mas até hoje os moradores nunca obtiveram resposta. “A demanda sempre aumenta, porém, a estrutura continua estagnada”, afirma.

Tainara Cristaldo de Lima, de 24 anos, elogia o ensino dado na escola. Segundo ela, a filha de 6 anos, hoje na segunda série, entrou na unidade sem saber nada e de acordo com ela hoje está alfabetizada. Contudo, a chefe de cozinha não deixa passar as deficiências na área estrutural da escola que atende o bairro. “O problema da escola é a falta de estrutura. Não tem parquinho nem cobertura, e quando chove alaga tudo. As crianças não têm lazer e ainda sofrem com o calor porque não tem ventilador”, desabafa.

A dona de casa Cristiane da Silva, de 23 anos, enumera uma série de dificuldades enfrentadas pelos moradores que dependem da rede de ensino público. Além da falta de segurança, Cristiane lembra da estrutura precária das instalações. “Quando a gente vem buscar as criança elas estão vermelhas de calor, porque nas salas não tem ventilador. As luzes da sala não funcionam como deverias, sem falar que é muita criança pra uma escola só”, relata.

A escola Antônio Lopes Lins atende 10 bairros da região do Portal Caiobá. Ao todo o entorno é composto por 46 mil moradores. Dos alunos, cerca de 4 mil crianças estão estudando em escolas longe de casa. Na educação infantil, a região tem deficit de 380 alunos, que aguardam na fila por uma vaga em um Ceinf (Centro de Educação Infantil). As informações são da associação de moradores.  

Entramos em contato com a Prefeitura para ter esclarecimentos sobre o caso, mas até o fechamento desta matéria não tivemos retorno.