Uruguai tem vitória histórica no litígio com Philip Morris
Captura de tela de um programa de televisão nacional que mostra o presidente uruguaio, Tabare Vazquez, informando sobre o litígio entre a empresa internacional de tabaco Philip Morris e o Uruguai, em Montevidéu, no dia 8 de julho de 2016 / Foto: AFP/HO

O Uruguai teve uma histórica vitória sobre a fabricante de cigarros Philip Morris International (PMI) no Centro Internacional de Solução para Disputas sobre Investimentos (CIADI), que negou a reivindicação da multinacional em relação às leis antitabaco impostas pelo governo uruguaio.

Ao fim de um litígio de seis anos, o CIADI (um órgão do grupo do Banco Mundial) não aceitou a reclamação da PMI por suposta violação do Uruguai ao tratado bilateral de investimentos com a Suíça, ao adotar uma nova legislação antitabagista.

No volumoso documento de 304 páginas, o CIADI anunciou que "as queixas foram rejeitadas" e determinou que "o reclamante (PMI) deverá pagar ao reclamado um valor de sete milhões de dólares" pelos custos do processo, além de todas as taxas e gastos derivados.

Em Washington, o advogado representante do Uruguai no caso, Paul Reichler, disse à AFP que a decisão do CIADI constituía uma "enorme vitória" para o país.

"Essa é uma enorme vitória para o Uruguai e para a causa da proteção da saúde pública", declarou Reichler, acrescentando que a decisão mostrou que "as medidas adotadas pelo Uruguai eram plenamente justificadas".

A decisão do CIADI "serve como um forte precedente para outros estados que estão empenhados em esforços para combater a praga do consumo de tabaco", afirmou.

As medidas adotadas por Uruguai em matéria de publicidade de cigarros "são não somente razoáveis como também necessárias" para proteger a saúde pública, afirmou.

Para Reichler, a decisão do CIADI de exigir que PMI pague os custos do processo é uma mensagem clara a países temerosos de enfrentar os gigantes do tabaco.