PSDB e PSD teriam acordo desde a campanha de reeleição do governador, mas Trad não o divulga.

Tucanos querem que prefeito assuma que deseja fazer aliança
Prefeito de Campo Grande já declarou que falas sobre acordo são de responsabilidade do PSDB. / Foto: Valdenir Rezende / Arquivo / Correio do Estado

Engajamento político maior do PSD ao governo Reinaldo Azambuja (PSDB) e às ações dos vereadores do partido é o que setores do tucanato estão querendo do  prefeito de Campo Grande, Marcos Trad, para que realmente se efetive aliança para 2020. O que se deseja é que haja posicionamento de forma mais contundente, para que se consolide futura coligação, pois, até o momento, o que se ouve é que existe uma parceria, mas de forma tímida. 

“O prefeito precisa fazer gestos de que quer essa aliança. Ele tem de mostrar que quer o apoio do PSDB”, disse uma das lideranças do segmento interno que defende exigência maior do empenho de Trad.

Para alguns integrantes do ninho tucano, o prefeito tem de transformar esse apoio administrativo que vem recebendo de Reinaldo Azambuja em fortalecimento político para sua reeleição. Segundo eles, o acordo entre o governador e Marcos Trad para 2020 necessita ser explicitado, anunciado como projeto político, mostrando à população que os dois partidos estão realmente unidos para uma futura gestão.

Para auxiliar Marcos Trad, o governo do Estado vem investindo pesado em Campo Grande e até foi criado um projeto, o Juntos por Campo Grande I e II, que tem contemplado a Capital com diversas obras. 

Enquanto o Estado se esforça para dar conhecimento dessa ação conjunta, politicamente, o prefeito estaria preferindo deixar tudo numa redoma. Alguns segmentos internos do PSDB reconhecem a importância que Marcos Trad teve na reeleição de Reinaldo Azambuja. Enfatizam, porém, que não poderia ser ao contrário pelos inúmeros investimentos do Estado na Capital que têm possibilitado ao prefeito mostrar diversas obras.

Dizem que parceria política não pode ser unilateral e que dúvidas ou desconfiança não devem existir quando se pensa em um projeto único.

Enquanto o prefeito não pavimenta o caminho com o PSDB, os demais partidos se articulam. O MDB já definiu que terá candidato em Campo Grande e não descarta convencer o ex-prefeito e ex-governador André Puccinelli para a disputa. O PP fala em atrair a deputada federal Rose Modesto (PSDB) ou o Coronel David (PSL) para a legenda e dar a eles a candidatura à majoritária. Já o PT também anunciou que terá candidato a prefeito e tem quatro nomes para cabeça de chapa, assim como PDT e demais agremiações. “Ou Marcos Trad sinaliza desde já com quem pretende ficar ou terá que enfrentar, sozinho, todos esses candidatos”, frisou um tucano.

Ainda conforme informações de bastidores, o pior problema do prefeito no ninho tucano é com os deputados federais. Modesto já declarou que não sobe ao palanque com Trad. E Beto Pereira não estaria satisfeito com a postura do chefe do Executivo de mandar secretários para Brasília para conversar com a bancada e pedir emendas.

Alternativas

Caso o prefeito nãoanuncie o “noivado”, o PSDB tem quadros para disputar as eleições. É o caso de Beto Pereira, do vereador João César Mattogrosso (presidente municipal), do secretário especial Carlos Alberto de Assis e do secretário de Governo, Eduardo Riedel.

Questionado pela equipe do Correio do Estado sobre indisposição com a bancada federal de Mato Grosso do Sul, particularmente com o PSDB, Marcos Trad afirmou que sempre foi bem recebido pelos parlamentares. Destacou que Beto Pereira e Bia Cavassa não olham muito por Campo Grande e são focados no interior. Porém, segundo ele, sua relação com Rose Modesto é boa, mesmo com a disputa passada.