O Teste do Pezinho deve ser feito entre o 3º e 5º dia após o nascimento da criança. O exame é simples, realizado com a coleta de gotinhas de sangue do calcanhar do recém-nascido – daí o nome.

A Portaria nº 822 de 2001, do Ministério da Saúde, instituiu, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), o Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), que obriga hospitais públicos e particulares a realizarem o exame.

A Fibrose Cística é uma doença genética que não tem cura. Ela se manifesta, principalmente, no aparelho respiratório e no pâncreas.

O tratamento é realizado com uma equipe composta por profissionais de saúde de várias especialidades, como médicos (geralmente pneumologista e gastroenterologista), enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas.

Desde de 2008, o Hospital Universitário Professor Edgar Santos (Complexo HUPES), em Salvador (BA), conta com o Ambulatório Multidisciplinar de Fibrose Cística.

Segundo a coordenadora do ambulatório, a professora Edna Lúcia Souza, é importante conscientizar os profissionais de saúde sobre a doença para que eles saibam dar os devidos encaminhamentos no caso de suspeita de Fibrose Cística.

“Caso o resultado do Teste do Pezinho dê alguma alteração, é preciso repetir o exame até o 30º dia de nascimento da criança”, explicou a professora.

Embora o PNTN esteja instituído desde 2001, alguns estados demoraram a implementar a realização dos exames.

Na Bahia, por exemplo, só em 2013 foi iniciada a triagem neonatal para Fibrose Cística. Com isso, segundo o pneumologista Antonio Carlos Moreira Lemos, do Complexo Hupes, “a Fibrose Císitica tem sido diagnosticada na idade adulta, apesar dos pacientes desenvolverem os sintomas desde a infância”.

Por isso, há uma preocupação maior em identificar pacientes com este quadro que nasceram antes daquele ano.

No caso de crianças que não fizeram o Teste do Pezinho, as alternativas para o diagnóstico da Fibrose Cística são o Teste do Suor e o Teste Genético.

As manifestações clínicas são variáveis, por isso a correta identificação da doença é fundamental para iniciar o tratamento.

“É importante conscientizar a sociedade sobre a Fibrose Cística e investir no tratamento para reduzir os casos de internação”, disse a professora Edna Lúcia.