O julgamento estava marcado para o dia 26 de junho, mas acabou retirado da pauta

Tentativa de empresário envolvido em desvios no HRMS de tirar tornozeleira é adiada
O julgamento estava marcado para o dia 26 de junho, mas acabou retirado da pauta / Foto:  (Reprodução, Redes Sociais e Divulgação, MPMS)

O julgamento do habeas corpus do empresário Lucas Coutinho, implicado na Operação Turn Off, consta como adiado pela Justiça, após pedido da parte e deferimento do relator, desembargador Emerson Cafure.

O julgamento estava marcado para o dia 26 de junho, mas acabou retirado da pauta. Coutinho usa tornozeleira desde meados de maio, quando a Justiça determinou novas medidas cautelares por 90 dias. Além de usar tornozeleira, o empresário também não pode sair de casa durante a noite e madrugada.

Lucas e o irmão, Sérgio Duarte Coutinho Júnior, chegaram a ir para a prisão duas vezes. A mais recente, no ano passado, aconteceu pela prática de lavagem de dinheiro, após a revogação da outra prisão, ocultando bens em valores que superam os R$ 10 milhões.

 

O dinheiro teria origem pública, segundo o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), e desviado pela dupla.

Empresários, ex-secretário e servidores
O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) ofereceu denúncia contra os irmãos, o ex-secretário adjunto da educação de MS, Édio Antonio Resende de Castro, e a ex-servidora Simone de Oliveira Ramires Castro.

Na Operação Parasita, deflagrada em dezembro de 2022, os celulares de Lucas e Sérgio acabaram apreendidos. A partir dos dados extraídos, a investigação descobriu rede de fraudes em licitações e corrupção, que chegou até os órgãos estaduais por participação de servidores.

Um dos contratos foi para fornecimento de ar-condicionado para a SED (Secretaria Estadual de Educação), no valor de R$ 13 milhões. A licitação teria sido direcionada e contado com participação da servidora da educação, Andréa Cristina Souza Lima.

Com isso, a empresa vencedora do certame foi a Comercial Isototal Eireli (CNPJ 06.305.092/0001-02). Tudo feito mediante pagamento de propina, aponta o MPMS, com parte do dinheiro passado para Andréa e parte para a empresa de Edio.

Em troca de propina, coordenador da Apae comprava produtos parados de empresários
Esquema em família
Ainda conforme as investigações, o esquema comandado pelos irmãos envolvia outros membros da família. Por exemplo, pagamentos feitos a Edio vinham por meio de Victor Leite de Andrade – implicado na 1ª fase da operação. Ele é primo de Lucas e Sérgio. Além disso, Victor é gerente de um posto de combustíveis que pertence aos primos.

Em outro pregão, o MPMS identificou que a empresa vencedora foi a Isomed Diagnósticos Eireli-ME (CNPJ 22.027.664/0001-87), que tem como proprietária a esposa de Sérgio, uma médica. Para vencer o contrato, ela também teria contado com ajuda dos servidores investigados, Simone e Thiago Haruo Mishima.

Em outro pregão, com quatro lotes, dois acabaram nas mãos da Comercial Isototal Eireli – de propriedade de Lucas –, enquanto outros dois lotes por uma empresa do tio de Lucas e Sérgio.