O empresário Pedro Chaves (PSC), que vai assumir a cadeira de senador na próxima terça-feira (17), afirmou na manhã desta quarta-feira (11) que ainda não tem voto formado em relação ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), em andamento no Senado Federal. Ele disse que vai estudar a denúncia e conversar com seus pares, antes de decidir.

"Vou analisar o processo profundamente, com calma e cuidado, conversar com meus pares no Senado. Eu preciso ser justo e imparcial nesta decisão. Avaliar a denúncia e ser coerente na hora de me posicionar, ainda não tenho voto formado", disse ele.

O futuro senador revelou que deve assumir a vaga na próxima terça-feira (17), mas destacando que já está tudo preparado, em relação ao seu gabinete e grupo de trabalho. Garantiu que vai dar continuidade aos projetos que estavam em andamento de Delcídio do Amaral (PT), que contempla os municípios de Mato Grosso do Sul.

Também indicou que vai colocar como prioridade o apoio aos municípios. "Sempre fui municipalista, acredito que tudo começa pelas cidades, por isso quero estabelecer uma equipe para orientar os prefeitos, para elaboração de projetos que possam atrair recursos, de acordo com as regras e normas exigidas".

Pedro Chaves destacou que não vai ser um "senador de gabinete" e pretende sempre estar visitando os municípios do Estado, para atender as demandas locais. Ainda elencou as áreas que vai dar mais atenção: saúde, cultura, educação e meio ambiente.

"Sempre fui humanista, por isso escolhi estes temas como prioridade, de certa forma é uma linha diferente do senador Delcídio (Amaral) que focava mais projetos voltados a infraestrutura e logística do Estado, mas vou seguir o meu caminho, não tem como não ver a situação difícil que está a saúde".

Pedro Chaves vai assumir a vaga como suplente de Delcídio do Amaral, que teve seu mandato cassado ontem (10), no Senado Federal, com 74 votos a favor e nenhum contra. Ele foi acusado pelos colegas de falta de decoro parlamentar, por tentar atrapalhar a investigação da Operação Lava Jato, motivo pelo qual foi preso em novembro do ano passado.

Na segunda-feira (09), Delcídio foi até a sessão da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), fazer sua defesa, onde mencionou que em nenhum momento roubou ou desviou recursos públicos, tendo como única denúncia a obstrução a investigação da Lava Jato, alegando que fez a mando. Pediu uma punição mais branda, no entanto os colegas resolveram cassar o seu mandato.