Sul-mato-grossense que mora na Bélgica relata tensão e terror com atentados

A Douradense Cecília Koshiikene, de 25 anos, relata a situação de tensão na Bélgica, capital de Bruxelas, que sofreu atentados terroristas na manhã desta terça-feira (22). A jovem passou pelo estação de metrô Maelbeek, uma hora antes do ataque. O local fica próximo de um bairro onde parte das representações da União Europeia está sediada. O Aeroporto Internacional de Zaventem também também foi alvo da ação terrorista.

"Teve uma bomba em uma estação de metrô e foi isso que deixou todo mundo preocupado. É uma estação central, passa muita gente por lá. Eu mesma estive no local uma hora antes do atentado. Agora os serviços de transporte público foram interrompidos", relata.

O número de mortos ainda não foi confirmado e informações preliminares estimam que até o momento sejam 26 vítimas fatais além de dezenas de feridos. Equipes de emergência trabalham nos dois locais alvos do ataque e muitas pessoas foram retiradas do aeroporto de macas. 

As explosões provocaram alerta máximo para atentados terroristas no país. As estações de metrô suspenderam o deslocamento de trens em Bruxelas e o aeroporto foi esvaziado e fechado para pousos e decolagens. O tráfego aéreo foi interrompido e desviados para outras regiões.

"Temíamos um atentado terrorista e aconteceu", lamentou o  primeiro-ministro belga, Charles Michel, que também declarou que a prioridade é estabilizar a situação. “Nós estamos face a uma dificuldade, um desafio. Vamos enfrentar unidos e solidários”.

De acordo com a imprensa local, os ataques foram provocados por um homem-bomba e duas explosões ocorreram na área de embarque no aeroporto, perto de um balcão da companhia American Airlenes. Testemunhas disseram ter escutado tiros e vozes em árabe.  

As autoridades locais recomendam às pessoas a evitar deslocamento, como confirma a brasileira que está no país desde agosto de 2015 em intercâmbio profissional. "A maioria das empresas fecharam e orientaram os funcionários a trabalharem de casa. Estamos ouvindo muitas sirenes", afirma.

O sinal de celular também está prejudicado e as autoridades pedem para que a população evite mensagens e contatos em redes sociais. As linhas devem ser liberadas para ligações de emergência. A polícia bloqueou todas as vias de acesso aos locais onde ocorreram os ataques. 

Quatro dias antes do ataque desta manhã, as autoridades de Bruxelas prenderam Salah Abdeslam, principal suspeito pelos ataques de Paris em novembro do ano passado. Na ocasião 130 pessoas morreram e outras 200 ficaram feridas. Desde o início da semana a polícia do país realiza buscas por outros envolvidos no ataque de 2015. Um dos suspeitos foi morto após invasão de um apartamento. 

A família real divulgou uma mensagem de solidariedade para as famílias das vítimas dos ataques. "O rei e a rainha estão transtornados com os atentados no aeroporto e no metrô de Bruxelas. São atos odiosos e covardes. Os pensamentos emocionados do Rei e da Rainha vão em primeiro lugar para as vítimas e às suas famílias e ao socorristas que fazem de tudo para levar assistência às vítimas".

Agências internacionais de notícias, como francesa Reuters, informam que após as explosões a segurança foi reforçada nos Aeroportos de Londres, na Inglaterra e de Frankfurt, na Alemanhã e em Paris. A  Eurostar também cancelou trens para Bruxelas. O ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, enviou 1,6 mil policiais a mais para manter a segurança das fronteiras e no sistema de transportes do país.