Defesa teme repercussão negativa do caso e afirma que se baseia nas provas.

Solto com tornozeleira, marido alegou que morte de Andressa foi acidental
Andressa e o marido, Willames. / Foto: Reprodução/Redes Sociais

Paulo Macena, advogado de defesa de Williames Monteiro dos Santos, que matou Andressa Fernandes Teixeira atropelada no sábado (20), no Bairro Nova Campo Grande, se mostrou preocupado com a repercussão negativa do caso, já que seu cliente foi liberado com tornozeleira após audiência de custódia na manhã desta segunda-feira (22). 

O advogado contou ao TopMídiaNews que a liberação do cliente ocorreu por não haver, ainda, uma conclusão sobre que realmente teria acontecido naquela noite: se a fatalidade de um acidente, ou um feminicídio, de fato. 

"Porque ainda não teve uma conclusão da polícia técnica, nem um fundamento do inquérito policial, que de fato aconteceu o feminicídio ou foi um acidente", afirma Paulo.

Acidente?

Testemunhas disseram que Williames foi avisado que a vítima estava sendo arrastada, mas as ignorou. Também alegaram que ele passou por cima de Andressa mais de uma vez. O advogado contesta essa versão. 

"Não, ele nega esse fato. Ele não passou três vezes [em cima dela]. Ele fala que a perícia vai confirmar que não passou três vezes por cima dela. Ele [afirma que] só deu uma ré, e a hora que a filha dele gritou, ele parou o carro e não acreditou. Ele não acreditava que isso estava acontecendo. Ele desceu do carro e aí pediu ajuda de mais duas pessoas. Mais duas pessoas tiraram o carro de cima da mulher", relata Macena. 

Ainda, segundo o advogado, o fato de que ele tenha permanecido no local, não tenha apresentado intenção de fugir, ter emprego fixo há seis anos no mesmo local e não ter passagens pela polícia também pesaram na decisão. 

Próximos passos

Segundo Paulo, os próximos passos incluem esperar pela conclusão do inquérito policial, bem como, da perícia, para apontar se houve dolo. "Agora é esperar a conclusão do inquérito policial e a perícia técnica, para ver se realmente ele teve intensão ou não, se ele agiu com o dolo ou não. E depois que saírem as próximas provas, tem um norte, que será a instrução do processo." 

Sobre a repercussão negativa do caso, Paulo afirma, ainda, que o papel da defesa é focar nas provas, e não ir contra a sociedade. 

O caso

Testemunhas presenciaram discussão entre Andressa Fernandes Teixeira, 29 anos, e o marido, Willames Monteiro dos Santos, na noite deste sábado (20), na Avenida Cinco, bairro Nova Campo Grande, na Capital. Ela foi morta atropelada pelo marido.

Monteiro dos Santos foi preso em flagrante pela 5ª CIPM (Companhia Independente da Polícia Militar). A vítima morreu no local, antes da chegada do socorro.

O irmão de Williames também pode ser investigado por ter retirado o carro do local do crime, dificultando o trabalho da perícia.