Sofrimento de família inclui até falta de dinheiro para funeral de bebê

Cerca de 30 pessoas, entre parentes, comunidade e crianças, velam nesta manhã, no Centro comunitário da região do Bairro Danúbio Azul, o bebê de quatro meses, encontrado morto nesta quinta-feira (28), enquanto dormia com a mãe e mais quatro irmãos em cama de casal improvisada. A família já organiza um almoço beneficente para pagar o velório da criança, que ficou em R$ 1 mil. O dinheiro foi emprestado por um parente.

Ainda em estado de choque e sem condições de falar, Alessandra da Silva Souza, 34 anos, chora a morte trágica do filho mais novo. Ela é mãe de oito crianças, mas atualmente cuida de cinco, três delas moram com parentes. A diarista Benvinda da Silva Souza, conta que a irmã, Alessandra, luta contra o alcoolismo, está sem trabalhar, vive com uma renda de R$ 280 do Bolsa Família e recebe cesta básica de uma comunidade católica.

Alessandra mora em uma peça no fundo da casa da mãe. Lá, tem o berço que acomodava o bebê e mais duas camas, uma de solteiro e outro de casal. Porém, está semana, Alessandra tinha ido passar uns dias na casa da prima, Jacqueline Ramos da Silva, 34 anos, que vive uma edícula de três cômodos com mais três crianças. “Ela estava se sentindo sozinha e gostava da companhia da prima, por isso foi pra lá com os filhos”, conta a irmã.

O bebê Miqueias, dormia com a mãe e mais quatro irmãos em um colchão acomodado em um sofá cama, quando foi em encontrado morto por Jaqueline. "Eu acordei a mãe e os irmãos, para que tentassem reanimar a criança. O irmão mais velho do bebê, de 15 anos, massageou as costas dele, na tentativa de reanimá-lo, e a mãe fez respiração boca a boca. Foi tudo muito triste", lamenta. O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) chegou a ser acionado, mas a criança já estava morta. Benvinda afirma que na noite do acidente, Alessandra não havia bebido.