Sistema para captar água da chuva é simples, mas falta mão de obra

Hoje (22), data em que se comemora o Dia Mundial da Água, a preocupação da escassez ainda é algo que preocupa e tem levado várias pessoas a economizar, seja de forma simples ou mais profissional possível, cada um colabora como pode. A captação da água da chuva é um exemplo de consumo consciente, já que através dele é possível fazer o reaproveitamento e também diminuir o valor da conta no fim do mês. Mas, em Campo Grande ainda faltam produtos especializados e gente capacitada para auxiliar quem precisa do serviço.

O servidor público Claudinei Varas de Freitas, 51 anos, mora no Jardim das Nações e construiu sua casa totalmente sustentável há cinco anos. Lá a água da chuva é usada para lavar quintal, molhar as plantas, dar banho nos cachorros e até lavar a roupa. 

"A máquina de lavar foi adaptada para encher com a água da chuva, ao selecionar a opção de água quente, ela na verdade vai receber a água que está armazenada na cisterna, a gente usa essa água para lavar roupas mais sujas e pesadas que precisam de uma quantidade maior de água. O banheiro de fora também utiliza a água da chuva para a descarga", conta.

Após estudar física ele começou a ter um interesse maior nas questões ambientais, daí em diante não parou mais, se especializou no assunto e colocou em prática na sua própria casa. Essa ideia veio não só por questões econômicas, mas também por pensar no uso consciente da água. "Hoje nós usamos sete metros cúbicos de água por mês, e isso reflete em uma conta de R$ 43", afirma.

Gastos - Claudinei garante que na época em que começou a construir sua casa, gastou R$ 2.100 na caixa d'agua e tubulação necessária para implantar o sistema, porém com a dificuldade de encontrar os materiais necessários em Campo Grande, tudo foi adquirido pela internet.

A cisterna usada foi a de dez mil litros, pois ele queria acumular uma grande quantidade de água. "Eu liguei no fabricante e perguntei se teria como adaptar essa cisterna para captar água da chuva, pois queria que ela ficasse dentro do solo e não exposta no quintal", diz. Pode parecer um processo difícil, mas ele conta que não é tão complicado assim. No caso dele, a primeira coisa que fez foi um buraco no quintal, de modo que coubesse a cisterna. Em cima ele optou por colocar um piso de concreto.

A água da chuva cai no telhado, vai para a calha e através do encanamento essa água vai para o decantador, que separa os dejetos e leva a água, já limpa para a cisterna. "Onde está o telhado coloca-se o rufo e vai tubular a água até a cisterna, é simples não é caro e compensa. Demora em média cinco anos para ter retorno, mas depois são só vantagens, principalmente nas questões voltadas para o meio ambiente", explica.