Reportagem mostra como a sul-mato-grossense articulou para ajudar candidato da esquerda.
Denúncia do Estadão revelou como o presidente Lula, do PT, usou a ministra Simone Tebet, para ajudar a Argentina a conseguir 1 bilhão de dólares em forma de empréstimo. O objetivo, sugeriu o jornal, era ajudar a campanha de um candidato de esquerda à presidência do país vizinho.
Segundo a reportagem, a Argentina, que vive um colapso econômico, não poderia mais empresar dinheiro diretamente do Fundo Monetário Internacional, o FMI, em razão de já ter contraído dinheiro desse banco. É ai que entra a atuação de Tebet, ministra do Planejamento e Orçamento.
Lula intermediou para que os países membros do CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina), liberassem o dinheiro para o país vizinho, que é governado por Alberto Fernández, aliado dele. Esse valor era para uma espécie de ''sinal'' para que o FMI liberasse uma quantia maior e ajudasse a Argentina a conter a crise.
A denúncia do Estadão diz que Simone foi acionada por telefone, pelo gabinete de Celso Amorim, no final de agosto deste ano. O jornal cita que foram feitas várias tentativas de ligação até conseguir o contato com a ministra, que não estava em Brasília. A ordem era atuar para que o país vizinho conseguisse o montante.
O empréstimo-ponte do CAF não é ilegal e passou pelo crivo de 21 países-membros do banco. Somente o Peru votou contra. Após a confirmação, o FMI autorizou novo acordo e liberou os US$ 7,5 bilhões para a Argentina.
Governo
O Palácio do Planalto criticou, nesta quarta-feira (4), o teor da reportagem do Estadão e negou que Lula tivesse articulado para a Argentina conseguir o empréstimo.
No entanto, Tebet, que esteve na audiência da Comissão Mista de Orçamento do Congresso, negou que consultou Lula sobre o empréstimo. Porém, admitiu que consultou o Itamaraty para saber como se os demais países membros do banco iriam votar a favor ou contra o empréstimo.
''O que aconteceu neste caso, e em outros casos, nós temos às vezes, via Ministério das Relações Exteriores, um grande apoio, onde a gente consulta para sentir como os embaixadores de outros países vão votar. É muito natural'', afirmou a sul-mato-grossense Tebet.
Eleições
A Argentina, que amarga profunda crise econômica, também está às vésperas da eleição presidencial. Sérgio Massa, atual ministro da Fazenda, é o candidato do governo de Alberto Fernández, que tem estreita relação com Lula.
No entanto, um dos favoritos é Javier Milei, que tem propostas polêmicas e é chamado por parte da mídia de ''Bolsonaro da Argentina''. A outra postulante é Patrícia Bullrich.
Na tentativa de barrar o avanço de Milei, o governo argentino tem tomado medidas populistas e paliativas para amenizar o caos econômico. Os empréstimos de dinheiro fariam parte dessas ações.











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