Senador Delcídio teria recebido quase R$ 50 milhões de propina
Delcídio do Amaral

O senador Delcídio do Amaral (PT) é acusado de receber US$ 12,5 milhões de dólares ou R$ 49,75 milhões de propina decorrente de contratos da Petrobras. A denúncia é dos delatores, Fernando Soares, o Baiano, e o ex-diretor da estatal, Nestor Cerveró. Segundo eles, a compra da refinaria de Pasadena, dos EUA, rendeu ao senador US$ 1,5 milhão de dólares. Essa propina foi confirmada por Cerveró e Baiano em depoimento à Polícia Federal.

O acordo era para que Delcídio abocanhasse US$ 2,5 milhões de dólares, mas Cerveró ficou lhe devendo US$ 1 milhão, valor este que foi negociado com a UTC Engenharia para ser repassado como doação eleitoral, na campanha do petista para o cargo de governador de Mato Grosso do Sul em 2006. Naquele ano, curiosamente Delcídio recebeu da empreiteira, R$ 700 mil, segundo valor declarado à Justiça Eleitoral.

Outro delator da operação, o Fernando Baiano, tem uma versão parecida com a de Cerveró. Segundo ele, Delcídio teria ficado com uma “comissão” de US$ 1,5 milhão referente à compra de Pasadena. Ao todo, o negócio da refinaria rendeu US$ 15 milhões em propina para funcionários da Petrobras. Realizado em 2005, o contrato causou um prejuízo de US$ 792 milhões para a estatal, conforme o Tribunal de Contas da União.

O ex-líder do governo no Senado Delcídio do Amaral (PT-MS) está preso desde 25 de novembro, acusado de tentar atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato. O parlamentar, que está com a filiação partidária suspensa pelo PT, cumpre prisão preventiva, sem prazo para acabar. Ele vai passar o Natal na sede do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar do Distrito Federal (BPTrans)

De acordo com a Procuradoria Geral da República, que já denunciou Delcídio ao STF, ele operou para dificultar a delação premiada do ex-diretor da estatal do petróleo Nestor Cerveró com o objetivo de evitar que viesse à tona o seu envolvimento nas irregularidades cometidas na compra, por parte da Petrobras, da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.

Uma gravação feita pelo filho de Cerveró, revelada pela PGR, mostra que o parlamentar petista chegou a oferecer uma rota de fuga para o ex-dirigente da petroleira deixar o país, evitando assim que ele fizesse a delação premiada.