Após 14 dias, médicos da Rede Municipal de Saúde Pública (Remus) de Campo Grande encerraram a greve. A categoria voltou a atender normalmente na manhã deste sábado (29).

Membros do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul (Sinmed-MS) se reuniram na noite de quinta-feira (27) com o novo secretário municipal de Saúde Pública, Ivandro Fonseca, e o prefeito Alcides Bernal (PP), reconduzido ao cargo na terça-feira (25).

Na noite dessa sexta-feira (28), a categoria decidiu em assembleia encerrar a greve. O reajuste pedido pela categoria será discutido em um mês. O prefeito não garantiu pagar os salários em dia. Segundo o sindicato, os médicos voltam ao trabalho porque a população precisa de atendimento e o Executivo Municipal garantiu discutir o reajuste.

Greve
Médicos da Remus voltaram a entrar em greve desde a noite de 15 de agosto. Segundo o Sinmed, 30% dos profissionais estão atendendo nas unidades de saúde.

Na época, a Sesau informou, por meio da assessoria de imprensa, que não iria se pronunciar sobre o início da paralisação. De acordo com o sindicato, o principal motivo é o não reajuste anual. A categoria reclama dos constantes descumprimentos de prazos estabelecidos em acordo firmado anteriormente entre sindicato e prefeitura.

No dia 19, os salários atrasados da categoria foram pagos. A prefeitura esperava que os médicos voltassem ao trabalho no dia 20 de agosto, mas a paralisação foi mantida.

O presidente do Sinmed, Valdir Siroma, pediu também no dia 20 que a prefeitura fizesse ajustes nas escalas de trabalho. Ele criticou a decisão do então prefeito Gilmar Olarte (PP) em limitar a 14 o número de plantões, além de mais 10 para profissionais com segundo vínculo.

Histórico
Os médicos entraram em greve pela primeira vez no dia 6 de maio, reivindicando mais investimentos em saúde, melhores condições de trabalho e salário. Na época, o coordenador do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Eduardo Cury, disse que o momento financeiro da prefeitura era de “contenções e ajustes”.

No início do movimento, 30% dos profissionais estavam atendendo. Depois, o número aumentou para 50% após o Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MP-MS) considerar legítima a greve.

Em 12 de maio, a categoria encerrou a greve. Os médicos aceitaram a proposta da prefeitura que prometeu não descontar os dias parados e estudar a possibilidade de um aumento salarial. Mas o ponto determinante foi a volta das gratificações, que foram suspensas em abril.

No dia 15 de maio, os médicos retomaram a greve, alegando que o município não cumpriu com o acordo de reassumir o pagamento das gratificações que tinham sido cortadas. A prefeitura disse na época que precisa cortar custos para atender a reivindicação dos médicos.

A categoria e a prefeitura firmaram Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) no MPMS. Assim, em 1º de junho, a paralisação foi encerrada.