Mato Grosso do Sul ocupa a 2ª posição no ranking nacional de produção de mandioca, com 94,7 mil toneladas colhidas em 2014, segundo o último levantamento realizado pelo Cepea – Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Esalq/USP. Entretanto, o Estado tem potencial de crescimento neste segmento e é com este objetivo que o Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural participará do 1º Encontro para Atualizações Tecnológicas da Cultura da Mandioca, realizado nesta quarta-feira (29), pela Embrapa Agropecuária Oeste, na sede da Copasul- Cooperativa Agrícola Sul matogrossense, em Naviraí. O objetivo é oferecer aos técnicos, atualizações sobre manejo, controle de pragas e apresentar sistemas de produção voltados às novas variedades da raiz.

A mandioca é uma das raízes comestíveis mais populares na alimentação do brasileiro, também conhecida como aipim e macaxeira.

Com sabor suave pode ser preparada de diversas formas, beneficiada na produção de farinha, polvilho ou ainda ser utilizada na produção de rações para criações de animais. Em Mato Grosso do Sul, os municípios que mais abasteceram o Ceasa/MS – Centro de Abastecimento na última safra foram Jaraguari, Terenos e Sidrolândia.

Os profissionais que participarão do encontro atuam no programa ATER – Assistência Técnica e Extensão Rural, o Hortifruti Legal, levando aos produtores orientações técnicas que vão desde o plantio até a comercialização da produção. O atendimento pode ser solicitado pelos sindicatos rurais do Estado e atualmente 156 famílias são assistidas nos municípios de Rio Verde do Mato Grosso, Figueirão, Antonio João, Campo Grande e Terenos.

Segundo o coordenador do Hortifruti Legal, Francisco Paredes, o evento é uma oportunidade para difusão do programa e para que os técnicos do Senar/MS possam atualizar os conhecimentos. “A Embrapa Oeste desenvolve um trabalho de excelência e investe em tecnologia para produção da mandioca. Por isso, acreditamos que a participação de nossos técnicos será proveitosa no sentido de trocar experiências e saber quais as novidades que podem ser utilizadas na produção”, avaliou.

Para o instrutor José Loreto Ribeiro, que ministra cursos sobre cultivo de mandioca, é uma forma de antecipar a solução de problemas que possam surgir no trabalho de assistência técnica. “O evento possibilitará conhecimentos sobre novas variedades e doenças que poderemos utilizar no atendimento dos produtores participantes do programa”, destacou.

Na avaliação do instrutor, Antonio Minari Júnior, é preciso estimular os produtores a investirem no cultivo da raiz, esclarecendo sobre a necessidade da profissionalização do setor. “Ainda encontramos muitos produtores que cultivam a mandioca, com base no conhecimento passado por gerações, de forma amadora. É necessário mostrar como a tecnificação do manejo aumentará a produtividade e os lucros”, pontuou.

Minari reforçou que a produção da raiz em nosso Estado é de 20 toneladas por hectare e que este volume pode ter um crescimento expressivo, se forem utilizadas técnicas corretas de correção do solo, variedades adequadas a região e controle de doenças. “Mato Grosso do Sul fica atrás somente do Paraná, que produz entre 70 e 80 toneladas por hectare. O fator positivo é que já contamos com duas indústrias de beneficiamento do produto, então é preciso investir na produção e oferecer apoio aos produtores”, considerou.