Com pancadas de chuva mais frequentes e já passando de 40 mil casos confirmados neste ano, Secretaria de Saúde acende alerta para proliferação do Aedes aegypti.

Secretaria de Saúde alerta para epidemia mais severa de dengue em 2024
Para o próximo ano, uma epidemia de dengue ainda mais severa está prevista devido ao surgimento do sorotipo 3. / Foto: Gerson Oliveira/ Correio do Estado

Mato Grosso do Sul já passou, há tempos, a marca de 40 mil casos de dengue confirmados neste ano e, distante apenas dois óbitos da pior marca de vítimas da doença em uma década, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) acende um alerta para o risco de proliferação do Aedes aegypti graças aos meses mais úmidos e quentes, característicos do verão, que devem gerar epidemia mais severa no próximo ano.

Mauro Lúcio Rosário trabalha como coordenador de Controle de Vetores da SES, e esclarece como se dão os efeitos e influência do clima nos indicadores da doença no Estado. 

"Elevação da chuva e da temperatura em determinado mês explica parcialmente o número de aumento de casos de doenças por arbovírus apenas dois ou três meses depois. Quanto mais chuva, mais recipientes com água, consequentemente mais mosquitos, mais transmissão, mais doentes e mais óbitos", cita. 


Nas palavras Mauro Lúcio, para o próximo ano, uma epidemia de dengue ainda mais severa está prevista devido ao surgimento do sorotipo 3, sendo necessário um empenho maior da população quanto aos cuidados com criadouros do mosquito Aedes aegypti. 

Dados do último boletim epidemiológico de dengue, divulgado pela SES na terça-feira (05), apontam que Mato Grosso do Sul já somava 40.460 casos confirmados, sendo 40 mortes causadas pela doença, com outros dois possíveis óbitos em investigação, beirando os 42 sul-mato-grossenses mortos em 2020, sendo essa a pior marca para o Estado nos últimos 10 anos.

Quanto à incidência de dengue pelos municípios, Aparecida do Taboado aparece como única unidade registrando abaixo de 100 casos por 100 mil habitantes. Ainda, Terenos; Paranaíba e Tacuru tem entre 100 a 300 casos por 100 mil habitantes (média incidência), enquanto o restante do Estado aparece na situação mais crítica. 

No ranking de cidades registrando mais de mil casos de dengue neste ano, a lista é puxada pela Capital, com 11.868 confirmações em 2023, seguida por: 

  • 4.626 casos confirmados | Três Lagoas
  • 2.269 casos confirmados | Corumbá 
  • 1.502 casos confirmados | Dourados 
  • 1.403 casos confirmados | Ponta Porã 
  • 1.376 casos confirmados | Maracaju
  • 1.344 casos confirmados | Naviraí
  • 1.182 casos confirmados | Ivinhema 
    Entretanto, é preciso considerar a proporção entre a população de cada município, pois, mesmo com mais casos confirmados, a incidência de dengue em Campo Grande está longe de ser a mais alta do Estado. 

Nessa situação [de maior incidência], o ranking é puxado por Alcinópolis (9.036,8), seguido por Juti (6.821,2); Anaurilândia (5.605,2) e Laguna Carapã (5.324,3). 

Estação mais crítica
Como a própria Secretaria de Saúde destaca, as altas temperaturas, aliadas aos elevados índices de precipitação, são a combinação "perfeita" para a proliferação do Aedes aegypti e, consequentemente, o aumento nos casos de dengue em Mato Grosso do Sul. 

Mauro lista os pontos comuns de toda casa, como ralos, calhas, caixas-d'água destampadas, plantas com água, os locais com maior concentração dos problemas localizados por agentes, somando 80% dos focos. 

Entre as tradicionais dicas, cabe sempre lembrar de: 

  • Não deixar água parada em caixas e barris d'água ou caixas d’água; 
  • Tirar as obstruções de folhas e galhos em calhas; 
  • Não deixar pneus debaixo de chuva;
  • Encher com areia os pratos que aparam plantas, ou higienizar semanalmente. 

Caso os ambientes possuam algum desses focos, os habitantes dessas casas precisam estar atentos aos tradicionais sintomas, que incluem: febre alta; dor nas articulações e de cabeça, ou até mesmo vômitos e diarreias persistentes, aliados a incômodos abdominais ou sangramento de mucosas em casos mais graves.