Saudi Aramco diz que Embraer pagou propina a funcionário
Embraer Taubaté / Foto: Divulgação/Centro Histórico Embraer

 A petroleira estatal Saudi Aramco, da Arábia Saudita, disse nesta sexta-feira (28) que uma auditoria interna realizada em 2012 revelou irregularidades em uma transação envolvendo a companhia e a fabricante brasileira de aviões Embraer.

A Saudi Aramco informou que um de seus empregados recebeu propina da Embraer para facilitar a compra de três aeronaves e que a companhia brasileira foi excluída de qualquer negócio desde então e no futuro.

Acusações
Na semana passada, a Embraer afirmou que pagará cerca de US$ 206 milhões a autoridades brasileiras e norte-americanas para encerrar acusações envolvendo o pagamento de propina e práticas irregulares em negócios fechados na República Dominicana, Arábia Saudita, Moçambique e Índia.

A fabricante de aeronaves não especificou quanto será pago a cada país, mas a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) informou que, só no Brasil, será paga uma multa de R$ 64 milhões para encerrar a investigação no órgão e no Ministério Público Federal (MPF).O acordo foi firmado em um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) comum aos dois órgãos. A informação foi confirmada pela Embraer.

Segundo a CVM, a Embraer reconheceu que pagou propinas de US$ 5,97 milhões  para funcionários públicos da República Dominicana, da Arábia Saudita e de Moçambique em três contratos de compra e venda de aeronaves em 2007, 2008 e 2010.

A empresa também admitiu, segundo a CVM, que contratou representante comercial para atuar na venda de aviões militares na Índia, o que é proibido pelas leis do país. Para driblar a questão, a empresa "ocultou (a contratação), mediante contrato ideologicamente falso, celebrado, na aparência, com pessoa jurídica interposta (diversa do representante comercial) e relativo, aparentemente, à venda de aeronaves comerciais".

A Embraer foi procurada pelo G1, e enviou a resposta dada nesta segunda-feira.

"Em comunicado, a Embraer confirmou as informações. "A Embraer reconhece responsabilidade pelos atos de seus funcionários e agentes, conforme os fatos apurados. A empresa lamenta profundamente o ocorrido", disse o comunicado. A empresa ainda disse que "aprendeu e evoluiu com essa experiência" e "dará continuidade à sua trajetória de sucesso reconhecida ao longo dos seus quase 50 anos de existência."