Entre as anemias, a mais comum é a Ferropriva, causada por ausência de ferro no organismo.

Saúde realiza chamada pública para ampliar programa que combate anemia infantil
Creche infantil / Foto: Arquivo pessoal da nutricionista Daiana Ferrari.

No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, uma em cada cinco crianças menores de cinco anos apresentam anemia, especialmente as menores de dois anos de idade.

Entre as anemias, a mais comum é a Ferropriva, causada por ausência de ferro no organismo.

Nas crianças, a doença prejudica o crescimento, compromete a capacidade de aprendizagem e reduz a resistência a infecções. Ingerir alimentos que oferecem nutrientes ajuda a prevenir a doença que pode levar a morte.

Desde 2014, o Ministério da Saúde adota uma estratégia de fortificação da alimentação com micronutrientes em pó, rico em vitaminas e minerais, para combater a anemia e a desnutrição infantil.

O Programa NutriSUS oferece sachês com 15 micronutrientes na alimentação de crianças de seis meses a 3 anos e 11 meses de idade matriculadas em creches participantes do Programa Saúde na Escola, do Ministério da Saúde.

Segundo o coordenador-geral Substituto de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Eduardo Augusto Fernandes Nilson, o programa atende todo o Brasil.

"Esta implantação já está em grande escala. Nós já temos a aplicação do suplemento em 1.042 municípios e 6.322 creches.

São 303.608 crianças no país. O programa já se expandiu para distritos sanitários especiais indígenas, ou seja, mais 4.290 crianças indígenas que começam a ser suplementadas com o NutriSUS", disse o coordenador.

Em Ninheira, cidade de 10 mil habitantes no norte de Minas Gerais, as crianças recebem nas creches municipais comida de qualidade para crescerem fortes e saudáveis. No prato tem arroz, feijão, carne, legumes e vegetais.

Mas também tem um pequeno ingrediente que ajuda no desenvolvimento dos pequenos: o sachê de micronutrientes.

Em 1 grama de pó do NutriSUS é possível encontrar multivitaminas como A, B1, B2, B3, B6, B12, C, D e E; além de minerais como ferro, zinco, cobre e selênio.

Um banquete para o desenvolvimento das crianças, como explicou a técnica do Núcleo de Atenção Primária à Saúde de Minas Gerais, Graciele Fernandes.

"A Organização Mundial de Saúde recomenda a suplementação com micronutrientes. Cada vez mais vamos deixar de usar micronutrientes isolados, como ferro e vitamina A, para utilizar estes sachês com mais micronutrientes, o que vai favorecer a absorção do ferro e ajudar ainda mais no combate à anemia e doenças da primeira infância, como resfriados", disse.

Daiana Ferrari Viana que é mãe e nutricionista nas creches do município contou que o suplemento alimentar NutriSUS impacta substancialmente na alimentação das crianças, inclusive do filho.

"As crianças das quais os pais aderiram ao programa melhoraram a saúde. Adoecem menos. Melhoram a questão imunológica, não gripando na época do frio", relatou.

O pó do NutriSUS, que é adicionado no prato da criança em uma das refeições semissólidas, não altera o sabor e a consistência do alimento. Atualmente, os sachês são importados pelo Governo Federal com apoio da Organização Pan-americana de Saúde.

Para ampliar a quantidade e atender mais crianças, o Ministério da Saúde abriu consulta pública no dia 11 de setembro, para convidar indústrias farmacêuticas nacionais a produzir o suplemento.

"O programa foi iniciado com a importação de sachês e, agora, é um processo de internacionalização desta produção para, inclusive, permitir futuramente ampliar a capacidade de atendimento e, progressivamente, aumentar a quantidade de municípios que recebam esta prevenção.

Esta estratégia é uma das mais efetivas, gera mais impacto em termos de combate à anemia nas crianças", destacou coordenador-geral Substituto de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Eduardo Augusto Fernandes.

O Ministério da Saúde recomenda o uso do sachê uma vez por dia, por um período de 60 dias, seguido de um intervalo de 3 a 4 meses sem uso, e outro ciclo de 60 dias.