Ricardo Salles deixou o Ministério do Meio Ambiente na quarta-feira.

Saída de ministro já era esperada e pode trazer mais instabilidade, dizem deputados federais

Os deputados federais Fábio Trad (PSD) e Vander Loubet (PT) afirmaram que a saída de Ricardo Salles do Ministério do Meio Ambiente já era algo esperado e que as mudanças ministeriais podem trazer mais instabilidade política ao governo federal.

“Já era para ter saído há muito tempo”, opina o parlamentar do PT, uma vez que o agora ex-ministro representa o retrocesso que o Brasil enfrentou na questão ambiental ‘desde que Bolsonaro assumiu o governo’.

Contudo, o deputado acrescentou que é preciso ter clareza de que a saída de Ricardo Salles pode ser ‘tentativa do governo criar uma cortina de fumaça para desviar o foco da opinião pública do escândalo envolvendo a compra superfaturada da vacina indiana’. “Bolsonaro costuma ter essa prática”.

Fábio Trad também cita que Salles estava em situação complicada com a questão da exportação ilegal de madeira. “Entrou alguém que pensa como ele, por isso a política adotada pelo ministério não sofrerá mudanças substanciais”. Para o deputado, é importante aguardar as investigações sobre o ex-ministro e seu comportamento no ministério. “Dependendo do que for apurado, pode sim trazer mais instabilidade política e danos ao governo”.

Com mais uma saída de ministro, o deputado Dagoberto Nogueira (PDT) afirma que está 'comprovada que esta questão ideológica, acima dos interesses nacionais, com ódio', não dura. "Essas pessoas vão saindo, você pode enganar por um tempo, mas não muito. Estão saindo fora, graças a Deus".

Especificamente sobre Ricardo Salles, o parlamentar citou que, além dele ter trabalhado contra o meio ambiente, agiu com corrupção, que só foi verificada após denúncia dos Estados Unidos, a respeito do carregamento de mandeira que tinha sido enviado para o país. "Este tipo de pessoa, do ódio, que colocam seus ideias acima de tudo, tem de sair mesmo".

A reportagem enviou a mesma pergunta para os oito deputados federais, assim como os três senadores que representam Mato Grosso do Sul em Brasília. As matérias são publicadas, conforme as respostas são encaminhadas.