Rússia anuncia operação humanitária na Síria
Rússia começou nesta sexta-feira uma operação humanitária na Síria. / Foto: EFE/Mohammed Badra

A Rússia começou nesta sexta-feira uma operação humanitária na Síria, onde dezenas de milhares de pessoas estão presas pela guerra e morrendo de fome, anunciou o Estado-Maior das Forças Armadas da Rússia.

"Os aviões de transporte militar Il-76 das Forças Aéreas da Síria lançaram na zona de Deir ez Zor com ajuda de paraquedas 22 toneladas de ajuda humanitária russa", disse Sergei Rudskoi, chefe da direção geral de operações do Estado-Maior.

O general explicou que a maior parte da ajuda será enviada à cidade de Deir ez Zor, que se encontra na província de mesmo nome no nordeste da Síria e que leva longo tempo assediada pelas forças do Estado Islâmico (EI).

A Chancelaria russa alertou hoje sobre a crítica situação humanitária no país árabe. "Especial alarme desperta a situação nas assediadas Madaya, Fua e Kefraya".

"Agora é necessário que todos os grupos em conflito, e também os que têm ascendência sobre eles, façam o esforço máximo a fim de permitir a provisão de ajuda humanitária", diz o comunicado.

Na opinião das Relações Exteriores, a ajuda deve ser enviada "em primeiro lugar às localidades assediadas pelos terroristas do Frente al Nusra" e outros grupos jihadistas.

A Rússia assegura que se dirigiu a Damasco para que coopere de maneira construtiva com as estruturas humanitárias da ONU para que estas possam levar as provisões de produtos básicos à população necessitada.

"Estes esforços já deram resultados palpáveis, o que foi corroborado pelos funcionários da ONU na Síria que supervisionam a entrega de ajuda humanitária a Madaya", disse.

Madaya, cidade que se encontra cerca de 40 quilômetros a noroeste de Damasco, sofre o assédio do regime sírio e de seu aliado, o grupo xiita Hezbollah, desde julho passado,

Enquanto isso, Fua e Kefraya, de maioria xiita, também estão cercadas há vários meses pela Frente al Nusra, filial síria da Al Qaeda.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) calcula que pode haver cerca de 40 mil pessoas presas em Madaya e cerca de 20 mil no total em Fua e Kefraya.

Segundo Médicos Sem Fronteiras (MSF), pelo menos 28 pessoas morreram de fome desde 1º de dezembro no hospital de Madaya, que recebe apoio desta ONG.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, exigiu hoje o fim imediato dos lugares sobre cidades sírias, a poder ser antes do início das conversas de paz em 25 de janeiro, e acusou todas as partes do conflito de cometer "atos atrozes".