Ele assume o cargo antes ocupado por Adriano Garcia.

Roberto Gurgel toma posse como delegado-geral da Polícia Civil de MS nesta terça-feira
Delegado Roberto Gurgel assume a DGPC. / Foto: Arquivo

Nomeado novo delegado-geral da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, Roberto Gurgel de Oliveira Filho será empossado às 9 horas desta terça-feira (22). Ele assume o cargo após Adriano Garcia Geraldo pedir dispensa, depois de se envolver em série de escândalos, sendo o último uma briga de trânsito que terminou com tiros.

A nomeação ainda deve ser publicada no Diário Oficial do Estado, mas o nome de Roberto Gurgel já foi confirmado oficialmente. Deve assumir como adjunto o delegado Márcio Custódio, no lugar da delegada Rozeman Geize Rodrigues de Paula. Gurgel assume a DGPC (Delegacia Geral de Polícia Civil) quatro dias após Adriano ‘pedir para sair’.

A dispensa do delegado Adriano do cargo aconteceu dois dias após uma briga de trânsito, com perseguição e tiros contra o carro de uma jovem de 24 anos. Na versão registrada na delegacia, ele admite que tudo começou após a briga de trânsito. Foi confirmado na ocorrência que Adriano buzinou após ser 'fechado' e que a motorista teria 'mostrado o dedo' após levar a buzinada.

O histórico afirma que o delegado atirou duas vezes depois que ela já tinha parado o carro, e um dos disparos quando ela tentou fugir. Segundo a versão da Polícia Civil, Adriano teria atirado porque achou que a jovem, mesmo com o carro trancado pelo carro dele, estaria 'virando o volante para o lado dele e engatando ré'. No entanto, pouco antes, ele mesmo diz que não sabia quantas pessoas poderiam estar no carro porque tinha insulfilm, ou seja, contraditoriamente, diz que não seria possível ver o interior do veículo.

Durante o atendimento da ocorrência dos disparos feitos pelo delegado-geral, os policiais que atenderam à ocorrência do chefe recolheram a memória de uma câmera que ela tinha no para-brisa do carro, e o celular da jovem.

A motorista garante que, nas filmagens, poderia provar que o delegado-geral a perseguiu sem se identificar logo após se irritar em uma desinteligência de trânsito. “Simplesmente mostrei o dedo para ele porque meu carro afogou e ele buzinou. Eu não tenho bola de cristal para saber que ele é delegado', disse a jovem.

O então delegado-geral envolveu a cúpula da DGPC em uma crise após supostas ofensivas contra certos setores do jogo do bicho e denúncias, com as várias fases desencadeadas da Operação Deu Zebra. Em um total de 11 operações, nenhuma teria chegado nem perto dos verdadeiros donos do jogo.

Adriano Garcia chegou a voltar ao trabalho cumprindo expediente na DGPC (Delegacia Geral da Polícia Civil) em dezembro, dois dias antes de ser ouvido sobre a discussão com uma das delegadas que faziam parte da Omertà, Daniela Kades. Na reunião realizada com vários delegados, em outubro do ano passado, Kades diz para o delegado-geral que não confia na polícia quando ele pede para ela revelar dados das operações deflagradas pela Omertà.

A discussão acabou em um PAD (Procedimento Administrativo Disciplinar) contra a delegada por insubordinação. Segundo informações obtidas pelo Jornal Midiamax, a delegada teria sido impedida de participar da oitiva. Adriano é ouvido por uma comissão integrada pelo presidente, o delegado Cléver José Fante Esteves, e pelos outros membros da comissão Sérgio Luiz Duarte e Dmitri Erick Palermo.