Lucas Luiz Benites desferiu duas facadas na ex-esposa após uma discussão no aniversário da filha

Réu por tentar matar esposa esfaqueada é condenado a 11 meses em regime aberto
Lucas durante julgamento na 2ª Vara do Tribunal do Júri nesta sexta-feira. / Foto: Marcos Maluf

O campo-grandense Lucas Luiz Benites, de 25 anos, foi condenado a 11 meses de prisão em regime aberto nesta sexta-feira (18) por lesão corporal leve. Ele era acusado de tentar matar a ex-esposa Andressa de Paulo Soares. O júri foi conduzido pelo juiz Aluízio Pereira dos Santos. A promotora de Justiça Luciana do Amaral Rabelo atuou na acusação e o defensor público Rodrigo Antonio Stochiero Silva na defesa.

Lucas passou por júri popular, anteriormente, mas foi absolvido, após passar um ano preso por conta de uma tentativa de homicídio, quando era carpinteiro autônomo. Em depoimento à Justiça, ele afirmou que mora junto à mãe, duas filhas, duas irmãs e uma outra ex-mulher. O réu descreveu que por volta das 4h brigou com a vítima, em uma casa no Jardim Presidente, onde comemoravam o aniversário de 14 anos da filha da ex-esposa durante um churrasco.

“Nossa convivência foi tranquila, nossa única briga foi essa em que isso aconteceu. Foi muita cachaça, estávamos bebendo, comemorando o aniversário da filha dela. Tivemos uma briga, ela falou que era ciúmes do meu irmão, mas não lembro porque estava bêbado.”

Segundo ele, após a discussão, eles brigaram e ele desferiu facadas no ombro e barriga da vítima. “Quando eu vi o que tinha feito, parei no ato”, declara. “Nesse momento que a gente estava bêbado ela começou a dizer umas palavras pra mim e eu pra ela.”

“Ela avançou em mim na cozinha, me bateu. Tinha uma faca de serra na mesa e sem pensar, acabei ferindo ela. Duas facas no ombro e uma na barriga. Ela ficou consciente. Eu soltei a faca e ajudei ela. Ela me pediu pra ir embora na hora porque a mãe dela ia chamar a polícia.”

Ele detalha que o irmão, que estava no local, o levou para fora e foram a pé até a casa da mãe. “Eu parei, ajudei ela. Minha intenção jamais foi matar ela. Ela mandou eu ir embora, não queria ir para o hospital.”

Ele afirma à Justiça que a vítima realizou boletim de ocorrência um mês depois, mas que não queria denunciar. Lucas relata que voltou com a vítima, posteriormente, e ficaram oito meses juntos. “Depois separamos porque não dava mais certo. Ela foi pra mãe dela, eu pra minha mãe e nunca mais vi ela.

“Fiquei sabendo que ela foi embora para outro estado. Depois que voltamos, não brigamos mais. Nosso convívio era de boa, foi só essa vez mesmo. Depois conversamos e só brigamos por coisa nossa, nenhum momento foi ciúmes do meu irmão. Até porque eles tinham um convívio bom.”

Na casa morava eu, ela e as duas filhas dela. Ela morava com a gente até o dia da briga. Depois que voltamos depois do ocorrido ela foi morar com a avó dela. No dia que foi chamado na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), ele alega que trabalhava em Rondonópolis (MT) com o tio.

O acusado sentou no banco dos réus da 2ª Vara do Tribunal do Juri e por maioria de votos o Conselho de Sentença acolheu a tese de desclassificação do crime de tentativa de feminicídio para lesão corporal leve, com isso ele ficou sentenciado a 11 meses de prisão em regime aberto.