Governo de Mato Grosso do Sul contabiliza economia de pelo menos R$ 1,7 milhão na reforma feita por detentos do sistema penitenciário em cinco escolas estaduais. O projeto “Pintando e Revitalizando a Educação com Liberdade” é uma parceria entre Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) e SED (Secretaria de Estado de Educação), e inaugurou na manhã desta terça-feira (17) a reforma da escola Padre José Scampini, no bairro Coophavilla II, em Campo Grande.

Segundo o governo do Estado, essa última reforma iniciou em janeiro e foi concluída em março, custando R$ 149 mil. A escola atende 1,6 mil alunos e teve 30 salas, um anfiteatro, quadra coberta, pátio e muros reformados. Banheiros adaptados também foram construídos na unidade educacional pelos 14 detentos do Centro Penal Agroindustrial Gameleira que trabalharam na obra.

“Tanto os professores, quanto os alunos vão ter a autoestima aumentada ao trabalhar e estudar em uma escola reformada. Agora nos resta cuidar das benfeitorias para que a reforma dure aos filhos que venham estudar no futuro”, comentou o diretor do colégio, Jessier Baes de Menezes, ressaltando que o objetivo da escola é ser a primeira da lista das melhores do Estado e que agora, com estrutura adequada os professores vão trabalhar com mais qualidade e mais felizes.

Para o juiz do TJMS e idealizador do projeto, Alvino Coimbra Neto, as reformas realizadas pelos detentos já geraram uma economia de R$ 1,7 milhão aos cofres públicos. “É uma aatisfação ver uma escola totalmente reformada pela primeira vez desde a criação. Agora a ideia depende dos alunos para contribuírem na preservação. Um projeto como esse valoriza os professores e a educação, além de unir dois setores importantes, que é a educação e segurança pública. Com isso, os detentos tem relevância e um papel na sociedade. Uma obra como essa gera mais de R$ 500 mil de economia para o Estado e ao todo, contando as cinco edições, já gerou uma economia de mais de 1,7 milhão. Antes, a colonia penal de Campo Grande era a pior do Brasil e hoje é modelo”, exaltou.

De acordo com o diretor-presidente da Agepen, Airton Stropa, cerca de 6 mil detentos de todo Estado trabalham atualmente. “Essa iniciativa enobrece e cria mecanismos para melhorar as escolas e ressocializar os detentos. Hoje, 6 mil presos trabalham, sendo 3 mil remunerados. Além disso, são 200 empresas conveniadas com a Agepen, onde esses presos prestam serviço”, detalhou.

Durante a inauguração da reforma, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) exaltou a ação dos detentos, que estão reparando o erro que cometeram no passado. “Esse projeto é um exemplo para outros estados do País, pois melhora a qualidade das instalações das escolas e a autoestima dos professores e alunos. Uma obra como essa só foi possível em função dessa parceria. Agora os presos estão reparando o erro com trabalho, recebendo salário e tendo progressão de pena. Mato Grosso do Sul paga o melhor salário do Brasil aos professores e a meta é que a educação daqui tenha as melhores notas do Brasil. O governo já planeja investimento em mais de 60 escolas para melhorar as condições”, finalizou.

Os detentos recebem um salário mínimo pelo trabalho e 10% desse pagamento é descontado para a compra do material de construção usado na reforma. Esse valor descontado fica depositado em um fundo penitenciário.