Juiz que determinou prisão foi afastado das ações que competem ao ex-secretário de Obras, Edson Giroto; André também pediu suspeição do magistrado.

Puccinelli afirma que não pensa em vingança ao se lembrar dos 152 dias na prisão
Pré-candidato a Governo do Estado, André Puccinelli. / Foto: Wesley Ortiz

Pré-candidato ao Governo do Estado, o ex-governador André Puccinelli (MDB) afirma que não pensa em vingança e que não fica remoendo os 152 dias que passou preso em 2018. Naquele ano, ele foi detido às vésperas da convenção eleitoral do MDB, por determinação do juiz Bruno Cezar da Cunha Teixeira, da 3ª  Vara Federal de Campo Grande, e responsável pelas indicações da Operação Lama Asfáltica.

O emedebista comentou sobre a situação judicial durante entrevista ao Papo Reto, do TopMídiaNews, nesta terça-feira (22). Ele explica que foi preso no dia 20 de julho de 2018, e que ficou na cadeia sem denúncias efetivas da Justiça. Para ele, a prisão não foi baseada em termos jurídicos e partiu de decisão totalmente arbitrária.

Apesar do episódio, o pré-candidato diz que não tem rancor do juiz, que foi afastado pela 5ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região. Ao final de 2021, houve a suspeição do magistrado e anulação de suas decisões em quatro ações envolvendo o ex-secretário estadual de Obras, Edson Giroto. Após isso, André vem apostando em anulações de seus processos também.

“Não penso em ter raiva dele. Se você ficar remoendo, você nunca esquece e fica com a bile no sangue. Ele vai ter o castigo que merece de Deus, porque um afastamento é a segunda coisa mais grave que pode acontecer com um juiz. Não tem porque remoer.”

Sobre o uso da prisão pelos adversários durante a campanha, Puccinelli está confiante e diz que não tem medo. Ele alega que foi injustiçado e que o juiz agiu como inquisidor. 

“A decisão dos magistrados [do TRF3] praticamente me absolveu, agora vai correr o inquérito sem injustiça e sem perseguição, onde eu poderei mostrar as minhas provas, documentos e perícias. Não teve roubalheira e não teve nada. E aí quem é que vai reparar a honra do André? Porque a injustiça que fizeram contra mim e, principalmente contra o meu filho, ficaram no passado.”

Antes de ser preso, em maio de 2017, o ex-governador também permaneceu com tornozeleira eletrônica por 32 horas a mando da juíza Monique Marchioli. 

Em 2018, André liderava nas pesquisas e o partido não conseguiu emplacar o substituto Junior Mochi após a prisão.

“Aquela prisão foi totalmente injusta. E o juiz que me tirou da campanha cometeu quatro ilegalidades. Então, foi um tapetão. A prisão foi decretada pelo juiz Bruno e a tornozeleira pela juíza Monique. Cometeram ilegalidades contra mim. Prenderam por denúncia feita, e foi uma vergonha.”

Ele finalizou o assunto dizendo que chega a desejar que o processo continue porque deseja provar no mérito que é inocente das acusações de ações de desvios de dinheiro em obras da MS-040, avenida Lúdio Coelho, em Campo Grande, e organização criminosa.

“A minha paixão era exercer através do poder público um governo melhor possível para pessoas e não para ganhar dinheiro. Ao contrário, eu era bem riquinho antes de entrar a política e não precisava disso.”