Governador, Reinaldo Azambuja defendeu nesta quinta-feira (8) a vice-governadora e pré-candidata do PSDB a Prefeitura de Campo Grande mesmo após o Ministério Público de Mato Grosso do Sul confirmar que ela segue como investigada pela Força-Tarefa, que elaborou o relatório da denúncia da Operação Coffee Break, apresentado ao Tribunal de Justiça pelo Procurador-Geral de Justiça Paulo Passos.

“Ninguém está livre de investigação. A gente está tranquilo, mas foi bem clara a decisão do Procurador do Ministério Público quanto a não participação da nossa candidata. Agora pode ser que tenham investigações complementares contra qualquer pessoa. Isso é legítimo, ser investigado não significa que é culpado”, ressaltou.

Para Reinaldo, está mantida a pré-candidatura de Rose Modesto e agora o partido buscará alianças para compor a chapa. “Estamos formando ideias elencando as prioridades de Campo Grande, debatendo isso e verificando o que é mais importante para a nossa Capital”.

Coffee Break

Uma fonte ligada ao MPE (Ministério Público Estadual) confirmou à imprensa na quinta-feira (2) que a vice-governadora Rose Modesto (PSDB), o deputado federal Elizeu Dionízio (PSDB), a deputada estadual Antonieta Amorim, os vereadores Carla Stephanini e Vanderlei Cabeludo, todos do PMDB, além de Coringa (PSD), não escaparam da investigação.

Embora seus nomes não constem na lista divulgada na última terça-feira (31) em coletiva com o procurador-geral de Justiça, Paulo Passos, os seis ainda estão na apuração de suposta compra de votos para a cassação do prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), em março de 2014. Dionízio, porém, ficará a cargo do procurador-geral da República, Rodrigo Janot caso haja autorização do STF (Supremo Tribunal Federal).

Isso porque ele tem foro privilegiado por ser deputado federal. Durante a entrevista coletiva, Passos foi questionado pela reportagem do Jornal Midiamax sobre tais nomes que não estavam inclusos na lista de denunciados, o procurador no entanto não citou os parlamentares e a vice-governadora em momento algum, limitando-se a dizer que haviam mais pessoas.

“Na realidade, tem vários que estão sendo objetos… O Ministério Público determinou a continuidade das investigações porque não existem indícios suficientes. Em relação a pessoas com foro e prerrogativa de função que não seja o Tribunal de Justiça, nós não podemos investigar e devemos encaminhar ao foro competente”, disse Passos na ocasião.

“Todos os demais que não foram investigados há uma decisão no bojo do processo determinando prosseguimento dessa investigação. Em relação a outros atores que não foram denunciados, o Ministério Público determinou o desmembramento dessa investigação para que possa ser corrigida, novas provas a fim de que possamos formar um convencimento definitivo da existência ou não da prática de crime”, completou.

A ausência dos nomes na lista divulgada pelo MPE causou estranheza não só a advogados e denunciados na Operação, como também ao próprio prefeito. Em evento realizado nesta quarta-feira (1º) Bernal disse que ‘pessoas importantes’ ficaram fora. Ele, no entanto, afirmou que continua confiante na Justiça e em órgãos como o MPE-MS sobre o desfecho.

A investigação foi conduzida pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado), responsável pelo trabalho de apuração, liderada pelo promotor Marcos Alex Vera. Nenhum pedido de prisão ou afastamento foi feito, sob alegação de que, nesta fase, não há mais essa necessidade.