Protestos de servidores municipais fecham parte da Afonso Pena

Protestos e manifestações dos servidores municipais de Campo Grande, que querem reajuste salarial, acontecem durante esta quinta-feira (31), e marcam também o primeiro dia de greve dos trabalhadores administrativos da educação (Escolas Municipais e Ceinfs – Centros de Educação Infantil). Várias categorias se reúnem em pelo menos três pontos da Avenida Afonso Pena desde a primeiras horas da manhã e a previsão é de que todos se encontrem em frente ao prédio da Prefeitura Municipal.

Na Praça do Rádio Clube, guardas municipais começaram a se concentrar às 6h30 e a previsão é de que sigam em caminhada ao Paço. “Estamos em negociação salarial com o executivo, conversamos há dois meses e queremos uma devolutiva. Reposição da inflação, que não temos desde o ano passado, promoções e vale alimentação”, afirmou o presidente do sindicato da categoria, Hudson Bonfim, que representa 1.248 guardas municipais.

A pressa é por conta do prazo para envio dos índices de reajustes pelo Executivo para a Câmara Municipal. A proposta deve ser encaminhada até terça-feira (5), 180 dias antes das eleições. “Até agora não temos definição de nada e o tempo está se esgotando. Assim que os valores forem definidos é preciso que seja encaminhado e votado na Câmara, caso contrário ficaremos mais um ano sem reajuste”, explicou Bonfim.

O Sisem (Sindicato dos Servidores Municipais de Campo Grande) também coordena o protestos de duas categorias, dos trabalhadores administrativos da educação e dos agentes comunitários de saúde. O primeiro grupo, que tem aproximadamente 2 mil trabalhadores, inicia hoje (31) uma greve geral e quer paralisar entre 40% e 70% das 94 escolas municipais e 98 Ceinfs da Capital.

O grupo se reúne às 9 horas no cruzamento da Avenida Afonso Pena e da Rua Bahia e também seguem em caminhada até a Prefeitura. “Amanhã (1°) vamos acampar e fazer almoço lá (Prefeitura). A pressão para impedir a greve é grande, os servidores estão sendo ameaçados de perder os cargos. É o sistema opressor de administrar. O prefeito persegue e intimida”, afirmou o presidente do sindicato, Marcos Tabosa.

Ele afirma que os agentes de saúde – que também protesta hoje (31), às 11 horas –, que são aproximadamente 1,5 mil na Capital, também foram ameaçados. “Cada dia cortado deles é R$ 600 e desde a semana passada começaram a dizer que iriam cortar. O prefeito quer enfrentamento e vem com essa conversa de perseguição, sempre dá uma de coitado. Isso já perdeu a força”, disse Tabosa.

Na segunda-feira (28) o Sisem realizou um protesto em frente a Prefeitura quando o secretário de Governo, Paulo Pedra, falou com o grupo e marcou uma reunião para ontem (30). A pauta era discutir 48 pedidos entregues em ofício datado de 25 de fevereiro, a defasagem salarial da categoria que, sem reajuste em 2015, pede 15% de aumento para este ano. “O Executivo não tem quem negocie. Marcaram a reunião e apareceu um assessor especial que não tem condição nenhuma de negociar”, afirmou o presidente do sindicato.

Já os enfermeiros e técnicos já estão em frente a Prefeitura e esperam ser recebidos pelo prefeito Alcides Bernal (PP). O presidente do Sinte-PMCG (Sindicato dos Trabalhadores de Enfermagem do Prefeitura Municipal de Campo Grande), Hederson Fritz, afirmou que apesar da manifestação o atendimento nos postos é normal. “Não podemos parar. Mas queremos reajuste de 18% que não temos há dois anos. Além de outras coisas que foram perdidas nas duas últimas administrações, inclusive a alimentação nos plantões, que está cortada”.

Na Capital são 1,2 mil enfermeiros e técnicos, que também querem o envio dos reajustes até a próxima semana. “Todos os protestos e greves são bons, ganhamos força com isso. É ano eleitoral e queremos o reajuste, senão vamos passar mais uma no sem aumento. A gestão precisa garantir pelo menos isso”, afirmou Fritz.

A Polícia Militar foi procurada para informar se as manifestações foram programadas e autorizadas, já que atrapalham o tráfego em alguns pontos da avenida. Porém até o fechamento esta reportagem não confirmou se os servidores municipais comunicaram sobre os protestos.