Oito embarcações argentinas e paraguaias, carregadas com minério, grãos e gado, estavam há 12 dias paradas por causa do bloqueio

Protesto no Rio Paraguai chega ao fim e barcos voltam a circular em hidrovia
Barcos navegando pelo Rio Paraguai, em Porto Murtinho / Foto: Direto das Ruas

O protesto de pescadores na hidrovia na fronteira com o Paraguai em Porto Murtinho chegou ao fim na manhã desta quinta-feira (21). Oito embarcações argentinas e paraguaias, carregadas com minério, grãos e gado, estavam há 12 dias paradas por causa do bloqueio voltaram a circular pelo Rio Paraguai.

Segundo o jornalista da cidade, Toninho Ruiz, nesta manhã a Marinha paraguaia reuniu os manifestantes em local chamado de Ilha Margarida e negociou a reabertura da hidrovia.

Os pescadores bloquearam a passagem pelo Rio Paraguai o dia 10 de fevereiro em protesto contra o decreto do Governo de Mato Grosso do Sul que proíbe o transporte de pescado dos rios do Estado e permite apenas o pesque e solte, chamado de “Cota Zero”.

A pesca para subsistência também fica liberada, mas pescadores paraguaios e brasileiros reclamam que também dependem do turismo para ter rende.

A manifestação teve apoio do empresariado de Porto Murtinho – donos de hotéis, agências, barcos de pesca, restaurantes. Com a proibição, o temor é o esvaziamento da cidade e que pescadores amadores cancelem pacotes comprados porque não poderão deixar o Estado com os peixes tirados dos rios na temporada de pesca.

O decreto da “Cota Zero” ainda não foi publicado e prevê a proibição total do transporte de pescado a partir de 2020.

Bala de borracha - O protesto no Rio Paraguai teve direito a confusão entre manifestantes e a PF (Polícia Federal). Um pescador paraguaio foi ferido com disparo de bala de borracha.

Uma empresa boliviana foi à Justiça e conseguiu ordem para que liberassem a passagem da embarcação. A PF precisou intervir e houve confronto. No fim das contas, o barco fez a travessia.