O ministro da Agricultura, Marcos Montes, dissse que está dialogando com o Ministério da Economia para garantir mais recursos.

Projeto do Orçamento de 2023 prevê menos recursos para Ministério da Agricultura
Projeto do Orçamento de 2023 prevê menos recursos para Ministério da Agricultura. / Foto: Reprodução

O governo Bolsonaro enviou ao Congresso, nesta quarta-feira (31), a proposta para o Orçamento da União para 2023.

O documento, que será analisado por deputados e senadores até o fim do ano, estima as receitas e prevê as despesas para o próximo ano. 

No projeto da Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2023 enviado há uma redução no valor total que será destinado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em relação ao montante previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA) 2022.

A previsão era de R$ 15,52 bilhões, mas o plano prevê apenas R$ 13,33 bilhões.

Segundo o ex-secretário de Política Agrícola do Ministério e ex-presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Benedito Rosa, o Orçamento contemplou o Ministério da Agricultura como um todo.  “Não é o que os burocratas do Ministério da Agricultura esperam, mas, para algumas atividades importantes, estão [com valores] razoáveis”, diz.

O Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) está estimada em R$ 1,1 bilhão para o próximo ano. 

O valor é praticamente o mesmo de 2021 e praticamente a metade dos R$ 2 bilhões do que foi solicitado pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e pelo Mapa.

Para Renato Conchon, coordenador do Núcleo Econômico da CNA, o corte no PSR é um retrocesso. 

“O valor limita a cobertura do seguro rural para cerca de 6 milhões de hectares, ou seja, um retrocesso quando comparado ao valor coberto pela política em 2022”, diz. 

“Os R$ 900 milhões que faltam estão sendo demandados à Casa Civil, ao Ministério da Economia e também aos parlamentares no Congresso Nacional para que façam emendas ao relatório, garantindo R$ 2 bilhões para o próximo ano”, complementa.  

Em relação ao Plano Safra, o governo prevê um aumento nos gastos do Tesouro Nacional com a equalização de juros do crédito rural em 2023.

O Ploa alocou R$ 12,4 bilhões para custear as operações do programa.

Em 2021, o valor empenhado no orçamento foi de R$ 8,7 bilhões.

Em 2022, a lei previu R$ 9,4 bilhões de reais.

“Com isso, o financiamento para a agricultura terá níveis de taxas de juros razoáveis, em que os agricultores possam assimilar como custo financeiro das suas atividades, num cenário de taxas de juros elevadas e elevadas no mundo inteiro, não só no Brasil”, diz Benedito Rosa.

E, por fim, o projeto traz a previsão de R$ 80,2 bilhões adicionais em incentivos tributários e outras desonerações. Desse total, a maior parte, R$ 52,9 bilhões é referente a medidas para mitigar os efeitos dos choques dos combustíveis.

As medidas foram:

Para o diretor executivo do Movimento Pró-Logística de Mato Grosso, Edeon Vaz, as medidas são positivas, mas ele demonstrou preocupação com a redução de verbas para o Ministério da Infraestrutura, que caiu de R$ 7,5 bilhões na LOA para R$ 6,7 bilhões de reais no PLOA.

E, no que diz respeito ao transporte rodoviário, na LOA 2022 foi previsto R$ 5,7 bilhões, enquanto a LOA 2023, o total diminuiu para R$ 4,2 bilhões.

“O agronegócio tem várias obras que precisam ser iniciadas, pelo menos. Pontes, rodovias. Nós temos a BR-242, no Mato Grosso, BR-158, BR-080. São rodovias que precisam de investimento. Agora, para o ano que vem, existe uma redução geral de recursos para a área de infraestrutura”, afirma. 

A partir de agora, proposta para o Orçamento da União para 2023 vai ser apresentado à Comissão Mista de Orçamento. Depois, os parlamentares têm até dezembro para analisar e aprovar a proposta.

Nesta quinta-feira (1º), o ministro da Agricultura, Marcos Montes, dissse que está dialogando com o Ministério da Economia para garantir mais recursos para o seguro rural.

“Sabemos a importância do seguro rural. Estamos buscando alternativas para aumentar os recursos. Eu tenho certeza absoluta, que com o acerto da meta fiscal, nós teremos mais recursos ainda. A nossa meta é R$ 2 bilhões. Eu tenho certeza que vamos alcaçar um número substencial”, afirma.

Ainda segundo o ministro, a negociação com o Ministério da Economia vai além do seguro rural, e também busca mais dinheiro para o Ministério da Agricultura.

Montes esteve nesta quinta-feira na 45ª edição da Expointer, em Esteio, no Rio Grande Sul.