Realizado pelo IHP (Instituto Homem Pantaneiro), o projeto segue a política do Governo do Estado de neutralizar a emissão de carbono.

Projeto com certificação de crédito de carbono no Pantanal é realizado na Serra do Amolar
Realizado pelo IHP (Instituto Homem Pantaneiro), o projeto segue a política do Governo do Estado de neutralizar a emissão de carbono. / Foto: Bruno Rezende

Desenvolvimento sustentável e preservação. Estes são os conceitos presentes em um projeto inovador dentro do Pantanal. O “REDD+ Serra do Amolar” ganhou a primeira certificação de crédito de carbono do bioma, por realizar atividades de conservação em uma área de 135 mil hectares.

Realizado pelo IHP (Instituto Homem Pantaneiro), o projeto segue a política do Governo do Estado de neutralizar a emissão de carbono no Mato Grosso do Sul até 20230. Para isto esta iniciativa de sucesso desenvolve uma série de ações em um território que tem quatro Reservas Particulares de Patrimônio Natural, na Serra do Amolar.

Entre as atividades está o monitoramento constante para garantir mensuração sobre a presença da vida selvagem no território. Além disso, há ações para garantir que o fogo seja prevenido e ele não cause desmatamento. Bem como, integração das comunidades nas atividades de recuperação de áreas já degradadas e no incentivo do turismo sustentável.

O resultado deste trabalho foi uma certificação referente ao período de 2016 a 2020 de créditos de carbono para serem comercializados no mercado voluntário. A venda que já está sendo feita permite mais recursos que são usados pelo instituto para conservação da natureza no Pantanal.

"Nasce nesse contexto de conservação e serviços ambientais oportunidades como que o Instituto Homem Pantaneiro está fazendo que é o de certificação de créditos de carbono. Ainda estamos trabalhando no mecanismo de biodiversidade. Essas são pautas da bioeconomia que não podem ficar relegadas em um bioma que se encontra em grande parte conservado", descreveu o presidente do IHP, Coronel Ângelo Rabelo.

O governador Eduardo Riedel participou do lançamento do projeto em maio deste ano. Ele destacou que estas iniciativas vão de encontro a política do Estado, que é o desenvolvimento sustentável e conservação do Pantanal, tendo entre os pilares o Estado Carbono Neutro.

“É uma iniciativa muito importante porque mostra que o Pantanal tem potencial ambiental econômico. Acredito muito nessa linha porque isso gera resultados e contribui para preservação do bioma. Assim temos a meta ousada de chegar em 2030 neutralizando as nossas emissões. Nosso objetivo é que todas as atividades públicas e privadas contribuam neste sentido”, descreveu.

Certificação

Esta certificação foi a primeira a um projeto desenvolvido no Pantanal. Ela foi concedida pelo VERRA, empresa que hoje domina o mercado na metodologia REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação florestal).

O projeto conta com apoio estratégico do Programa Conexão Jaguar, que é mantido pela empresa ISA CTEEP. O total de crédito (carbono) certificado é de 231 mil toneladas de CO2. A iniciativa tem duração de 30 anos.

O mercado de carbono permite que empresas e organizações compensem as suas emissões de gases de efeito estufa, fazendo aquisições de créditos gerados por projetos que promovem esta redução.

O secretário da Semadesc ((Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck, avalia como positiva esta ação dentro do Pantanal. "Estas atividades promovidas pelo projeto geram um crédito de carbono. Este pode ser vendido a empresas que emitem carbono e precisam comprar para neutralizar suas emissões. Este recurso será usado pelo instituto para reforçar ainda mais o cuidado e preservação do bioma. Esperamos levar este modelo para outras instituições".