Proposta quer ajudar profissionais que ficaram desempregados em razão da pandemia.

Programa oferece qualificação para quem perdeu o emprego
Na busca por empregos, trabalhadores formam filas. / Foto: Valdenir Rezende / Correio do Estado

Um grupo de profissionais que trabalha com Recursos Humanos (RH) decidiu contribuir com indivíduos do mercado de trabalho sul-mato-grossense que já estavam desempregados ou que foram demitidos por conta da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). A proposta oferece qualificação profissional de forma gratuita para desempregados com nível médio.

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apontam que somente em abril Mato Grosso do Sul registrou resultado negativo de 6.992 demissões, com 9.497 contratações e 16.489 desligamentos. Entre as atividades, os setores que mais sofreram com a pandemia foram comércio (2.644 vagas a menos), alojamento e alimentação (-1.078) e indústria de transformação (-960). O único setor em que houve novas contratações em abril foi o da agropecuária, com 250 novos empregos.

Pensando neste cenário, sete mulheres profissionais de desenvolvimento humano e organizacional de MS se uniram e realizam este mês o Reskilling MS, programa de requalificação profissional. As atividades do projeto serão de forma on-line e ocorrerão nos dias 25 e 26 de junho. A inscrição é gratuita e deve ser realizada até esta segunda-feira (15).

Como um movimento colaborativo e voluntário, a proposta, de acordo com as idealizadoras, é contribuir com o aprimoramento da força de trabalho do Estado, ajudando os profissionais a se recolocarem no mercado. “Como a pandemia impactou grandemente nosso mercado, ficamos pensando de que forma poderíamos contribuir. Queríamos ajudar as pessoas, que em sua maioria são ótimos profissionais, mas ainda não se conectaram com esse novo mercado. Desenhei o projeto, ganhei o apoio da minha sócia Ana Flávia Chedid e juntas entendemos que poderia ser algo ainda maior. Convidamos profissionais que também atuam com desenvolvimento humano e organizacional de MS e iniciamos o programa. Temos profissionais extremamente qualificados no Estado e precisamos nos valorizar, nos fortalecer. Acreditamos na força do projeto para ser referência em apoiar as pessoas para o novo mercado. Em resumo, as pessoas mais preparadas para o que realmente é importante”, destaca Lidiane Miquilini, da P2B Capital Humano.

PARTICIPAÇÃO

Os pré-requisitos para participar do programa são: estar desempregado, ter Ensino Médio completo, residir em Mato Grosso do Sul e buscar recolocação no mercado de trabalho. Serão dois dias de encontros on-line sobre diferentes temas. O foco será no desenvolvimento de novas habilidades e interação com outros profissionais.

Em cada encontro será abordada uma competência levantada no Fórum Econômico Mundial para atualização do que é chamado de nova economia. A programação começa no dia 25 de junho, com o tema “Evolução do Mercado de Trabalho”. “Precisamos compreender toda a evolução e como estamos encarando essas mudanças. Um dos primeiros passos para construção de uma carreira sólida é desenvolver a competência adaptabilidade”, explicou a palestrante Lidiane.

Ainda no dia 25, serão ministradas atividades sobre a coordenação ao lado de outras pessoas (intra e interpessoal); gestão de pessoas; e flexibilidade cognitiva e negociação.

No dia 26 de junho, as atividades serão sobre inteligência emocional; gestão do tempo e produtividade/desenvolvimento de carreira; funcionamento do cérebro nos processos de mudança; e pesquisa de mercado e avaliação de aprendizagem.

A inscrição no projeto é gratuita e deve ser realizada até esta segunda-feira pelo site. A confirmação da participação será enviada por e-mail ao inscrito. Inscrições e mais informações pelo site www.reskillingms.com.br.

MERCADO DE TRABALHO

Apesar dos dados negativos registrados em abril, no acumulado do ano o mercado de trabalho do Estado tem saldo positivo na geração de empregos. De janeiro a abril o resultado foi de 734 empregos com carteira assinada, com 73.661 contratações e 72.927 desligamentos, de acordo com o Caged.  

Entre os fatores que levaram ao número positivo estão a boa atuação da agropecuária, estratégias como redução de jornada e salários ou suspensão de contratos e ainda o comportamento dos empresários.