Bolsonarista também foi indicado como liderança de atos na frente do CMO em Campo Grande.

O produtor rural e comerciante bolsonarista de Mato Grosso do Sul Julio Augusto Gomes Nunes, já coleciona uma lista extensa de investigações por financiar, liderar e participar de protestos antidemocráticos no País.
Conforme a colunista do O Globo, Malu Gaspar, o bolsonarista é um dos 18 investigados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que apura abuso de poder político, econômico e uso indevido dos meios de comunicação em atos antidemocráticos em 7 de Setembro.
Além disso, e também foi indicado pela inteligência da Sejusp (Secretaria de Estado Justiça, e Segurança Pública) como sendo uma das 7 lideranças de atos que pedem intervenção militar na frente do CMO (Comando Militar do Oeste), em Campo Grande e virou alvo do STF (Supremo Tribunal Federal) que determinou multas de R$ 100 mil e bloqueio de contas.
Eles não concordam com o resultado das eleições, onde Jair Bolsonaro saiu derrotado.
Em suas redes sociais, Julio postou fotos com o presidente Jair Bolsonaro, a primeira dama Michelle Bolsonaro e até com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). “As (sic) vezes com maus modos, mas com bons princípios, Deus, pátria e família”, escreveu ele em maio de 2021, ao postar foto ao lado de Bolsonaro no Instagram.
Atos do 7 de Setembro
Segundo Malu Gaspar, o produtor procurou o Ministério da Defesa em agosto deste ano para solicitar a inclusão de 27 tratores no desfile militar de 7 de Setembro. A tradicional parada cívica acabou virando evento de campanha de Bolsonaro, que tentava reeleição e se tornou alvo de uma investigação do TSE.
Agora, Júlio é um dos 18 investigados na ação, ao lado de Bolsonaro, do candidato a vice da chapa derrotada, Braga Netto, do pastor Silas Malafaia e do empresário Luciano Hang.
Tratores no desfile
Antes de participar, em 18 de agosto, Julio Nunes escreveu um e-mail de 15 linhas tentando justificar a inserção de tratores no evento, que comemorava o bicentenário da Independência. Ele teria pedido diretamente ao chefe de gabinete do ministro da Defesa, Marcio de Souza Nunes Ribeiro, a autorização para a inclusão dos tratores.
O relator do caso, ministro Benedito Gonçalves, determinou que os alvos da investigação apresentassem esclarecimentos por escrito, já que o evento foi denunciado por praticamente ter se transformado em comício eleitoral.
Uma das linhas de investigação do TSE busca saber como um grupo privado de apoio ao chefe do Executivo, no caso, produtores rurais, muito atuantes na campanha eleitoral que estava em curso conseguiu acesso à máquina estatal para colocar, de modo informal e até improvisado, 27 tratores no meio do desfile oficial do bicentenário.
O produtor rural identifica como coordenador de apoio no DF do Movimento Brasil Verde e Amarelo, que defende pautas do agronegócio.
Quebra de sigilo
Conforme a colunista, as investigações ainda estão no início, e o ministro Benedito Gonçalves ainda vai decidir se precisa ouvir a Defesa e se vai determinar a quebra de sigilo bancário e telefônico de investigados, além de realizar depoimentos.
Ao TSE, Julio enviou manifestação por escrito, sustenta que os produtores bancaram do próprio bolso o gasto com o envio dos tratores para Brasília e afirma que “jamais teve qualquer contato ou convite por parte do presidente Jair Bolsonaro, ou com o Secretário de Comunicação Social”.
Ele alega que concentrou os esforços em participar do desfile perante o Ministério da Defesa. Porém, não consta ainda nos autos nenhuma resposta oficial da Defesa ao pedido de Julio.
Procurada pela equipe da coluna de Gaspar, a defesa de Julio Augusto Gomes Nunes disse que ficou “surpresa” com a ação no TSE. Alegou, ainda, que a participação dos tratores no desfile foi um ato solicitado e autorizado pelo Ministério da Defesa, “tão somente para demonstrar a importância do agro”.
Sobre a participação do produtor rural nos protestos depois das eleições, a defesa informou desconhecer o relatório produzido pela Secretaria de Segurança Pública do Mato Grosso do Sul.
O Ministério da Defesa não se manifestou sobre o fato.
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