Maria encontrou cocaína escondida no guarda-roupa da prima
Maria de Fátima Alves, de 40 anos, foi executada pela prima que temia ser denunciada pelo crime de tráfico de drogas. Maria foi encontrada morta com marcas de tiros na BR-262, às margens do anel rodoviário de Campo Grande, na tarde de quarta-feira (3).
A prima, de 32 anos, e o comparsa, de 41, foram presos em flagrante pela DHPP (Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa) na quinta-feira (4). Em depoimento, ela revelou que Maria chegou à sua casa na terça (3), abriu o guarda-roupa para buscar alguns documentos que estavam em posse dela e flagrou alguns tabletes de cocaína.
Logo, a prima viu Maria manuseando o entorpecente e, com medo de ser denunciada, decidiu executá-la com a ajuda de um homem.
“A prima pegou os documentos dela e reteve. A gente acredita que ela iria usar para abrir empresa no nome da vítima. Isso porque ela tinha já duas empresas no nome dela e usava para dar licitude no dinheiro do tráfico”, explicou o delegado titular da DHPP, Rodolfo Daltro, durante coletiva de imprensa.
Maria estava em MS há três meses
As investigações revelaram que Maria era de Minas Gerais e havia se mudado para Mato Grosso do Sul há cerca de três meses após ser violentada e abusada pelo ex-companheiro no estado mineiro. No dia em que ela foi encontrada morta, os policiais constataram o nome dos três filhos tatuados em seu antebraço. Atualmente, os filhos estão sob guarda do pai — ex-companheiro que agredia Maria.
“Maria de Fátima era vítima de violência doméstica em Minas Gerais. Saiu de lá para fugir e veio para Campo Grande porque a prima prometeu acolhimento”, explicou Daltro.
Desde que chegou em Campo Grande, Maria consumia bebidas alcoólicas excessivamente e ficou sem dinheiro. Então, ela passou a ficar desabrigada e frequentar o Centro POP (Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua).
Diante disso, a equipe da DHPP foi até o centro, onde encontrou o namorado de Maria. Lá, ele explicou que a companheira estava desaparecida desde a tarde de terça (2), quando pediu uma bicicleta emprestada para ir até a residência da prima, afirmando que seria uma pessoa muito perigosa.
Aos policiais, o namorado de Maria falou que ela nunca havia desaparecido. Naquela tarde, por volta das 13 horas, a mulher disse ao namorado que iria na casa da prima porque ela estava com seus documentos pessoais, no bairro Moreninhas.
Por volta das 16 horas de terça-feira (2), a vítima chegou em uma praça conhecida como ‘Cabeça do Boi’, onde estava seu namorado e outros amigos, em um HB20 com uma bicicleta no porta-malas. Em seguida, a bicicleta foi deixada na praça e Maria adentrou no carro, indo embora do local. Então, os policiais da DHPP foram até a residência da prima de Maria — já conhecida por envolvimento com tráfico de drogas — e encontraram o HB20 estacionado.
Diligências na casa da prima
Ao lado do veículo, estava um homem, que tinha as mesmas características físicas do motorista do HB20. Quando abordado, ele negou envolvimento no assassinato de Maria, mas afirmou envolvimento com tráfico de drogas.
Em seguida, os policiais realizaram vistorias dentro do veículo, momento em que encontraram porções de cocaína escondidas no console e um tênis feminino — posteriormente identificado como de Maria — no porta-malas.
Na ocasião, a prima de Maria foi abordada enquanto saía da residência para averiguar o que estava acontecendo. Ela afirmou que estava com drogas em casa, mas quando questionada sobre a morte de Maria, disse que os policiais deveriam questionar seu comparsa.
Dentro do imóvel, a equipe da DHPP encontrou seis tabletes de cocaína em um guarda-roupa e três balanças de precisão. Com o avanço das investigações, ficou concluído que, quando Maria abriu o móvel para pegar seus documentos, se deparou com a droga e a prima ficou com receio de ser denunciada.
Por isso, a prima e o comparsa decidiram executar Maria naquela terça-feira (2). Antes da execução, os dois devolveram a bicicleta para verificar quem eram as pessoas que estavam esperando por Maria. “Porque viu a droga e com medo se ser denunciada, a prima decidiu por matar a vítima e chamou o comparsa para executar o crime”, revelou o delegado Rodolfo Daltro.
Depois, a prima e o comparsa viu que as pessoas que aguardavam a vítima viviam em situação de rua e continuaram com o plano de executá-la. Maria foi levada até o anel viário no HB20, onde foi executada às 20h30 da noite. Agora, a DHPP investiga se a vítima foi torturada antes da execução.
“Quem atirou foi o homem. Foram pelo menos dois tiros. Vamos investigar também se a vítima foi torturada, porque passou o dia e parte da noite com os autores”, explicou Daltro.
A arma usada na execução foi jogada pelo casal nas proximidades. Os dois estão presos por homicídio qualificado, tráfico de drogas e associação pra o tráfico e a Polícia Civil pediu pela prisão preventiva de ambos











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