Proposta foi protocolada pelo deputado João Henrique Catan (PL).

Presos em MS podem pagar do próprio bolso pelo uso da tornozeleira eletrônica

Projeto de lei apresentado na Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) nesta quinta-feira (2), quer que presos paguem do próprio bolso, pelo uso da tornozeleira eletrônica, em Mato Grosso do Sul.

De autoria do deputado João Henrique Catan (PL), a proposta institui no Estado, a cobrança, a título de compensação financeira, pelo uso oneroso de equipamentos de monitoração eletrônica. Segundo o texto, o valor será definido por ato do Governo Estadual o qual procederá levando em consideração o custo do Estado com a atividade de monitoração eletrônica, sendo o pagamento proporcional por tornozeleira. 

Conforme o projeto, os condenados comprovadamente hipossuficientes poderá ser concedida a isenção de pagamento das despesas. Assim, o beneficiário é responsável direto pelos equipamentos recebidos da Direção da Unidade Penitenciária, ficando sujeito, na hipótese de dano a estes, ao ressarcimento do valor do equipamento danificado, constante do contrato de aquisição, a ser recolhido ao Estado.

De acordo com a justificativa, a utilização da tornozeleira eletrônica durante o cumprimento de pena tem se expandido ainda mais neste período atípico, após a chegada da pandemia, segundo a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário). 

Em novembro do ano passado, 2 mil pessoas foram monitoradas pela tornozeleira eletrônica, conforme os dados da UMMVE (Unidade Mista de Monitoramento Virtual Estadual). Em relação ao mesmo período de 2019, houve um aumento de 14%, época em que existiam pouco mais de 1,7 mil pessoas utilizando tornozeleiras. 

Atualmente são 2.492 monitorados em Mato Grosso do Sul, com a expansão do segmento em virtude do coronavírus. O custo mensal unitário de uma tornozeleira eletrônica fica aproximadamente no valor de R$255,00 para o cofre público. 

Por ano, conforme o projeto de lei, o Estado gasta R$ 7,5 milhões para a manutenção destes equipamentos em uso. No geral, Mato Grosso do Sul gasta aproximadamente R$ 400 milhões com a manutenção de condenados ou não, nas unidades prisionais.

Os estados do Ceará, Santa Catarina e Sergipe já aprovaram lei neste sentido. O projeto de lei precisa passar pela avaliação da CCJR (Comissão de Constituição, Justiça e Redação).