Gaeco acusa Marco Aurélio Horta de ceder conta bancária para deputado fazer repasses no esquema criminoso

Preso acusado de ser ‘ponte’ do jogo do bicho, chefe de gabinete de Neno é exonerado
Exoneração de Marco Aurélio Horta deve sair no Diário Oficial de quinta-feira. / Foto: (Divulgação, Alems)

O chefe de gabinete do deputado estadual Neno Razuk (PL), Marco Aurélio Horta, foi exonerado uma semana após operação do Gaeco prendê-lo, acusando-o de envolvimento com o esquema que explora o jogo do bicho, que seria comandado pela família Razuk.

A informação foi repassada ao Jornal Midiamax pelo presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, Gerson Claro (PP). “Tá exonerado. Deve sair hoje ou amanhã, mas está exonerado. Não vejo problema com a investigação. Não tem relação com a Casa. O máximo que a gente pode fazer é exonerar”, disse.

Conforme investigação do Gaeco, quebra de sigilo telefônico revelou que Horta teria cedido sua conta bancária para que Neno — apontado como líder operacional do grupo criminoso — repassasse valores a José Eduardo Abdulahad, o Zeizo, que está foragido.


 

Por outro lado, o filho de Zeizo, o advogado Rhiad Abdulahad foi preso na operação da semana passada, acusado de ter sucedido o pai no esquema do jogo do bicho.

À reportagem, Neno não comentou sobre a operação e disse que declarações seriam feitas apenas pelos advogados. Então, a defesa do deputado, representada pelo advogado André Borges, emitiu nota. “Neno Razuk confia que a Justiça, imparcial e isenta, mais adiante reconhecerá que seu pai e irmãos não mereciam a ordem de prisão. No momento oportuno, eles se defenderão. Eles e Neno são considerados inocentes, porque nada ainda foi julgado. Neno continua com suas normais atividades, defendendo com bravura seus eleitores e os cidadãos do Estado”.

Gaeco deflagra quarta fase da Operação Successione
Na terça-feira, 25 de novembro de 2025, o Gaeco/MPMS (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado, do Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul) deflagrou a quarta fase da Operação Successione, contra uma organização criminosa que explora jogos ilegais.

Foram cumpridos 18 mandados de prisão preventiva e 27 mandados de busca e apreensão nos municípios de Campo Grande, Corumbá, Dourados, Maracaju e Ponta Porã. Alvos também foram identificados no Paraná, em Goiás e no Rio Grande do Sul.

Em dezembro de 2023, o Gaeco identificou que o grupo tentou assumir o controle do jogo do bicho em Campo Grande, após a derrocada da família Name na Operação Omertà, em dezembro de 2019.

O deputado estadual Neno Razuk (PL) — filho de Roberto Razuk — é apontado pelos promotores como líder da organização criminosa que contava com policiais militares como ‘gerentes’ do grupo que controlava o jogo do bicho no Estado.

Roberto Razuk foi apontado pelo Gaeco como antigo chefe da operação do jogo do bicho na região sul de MS. Até a década de 1990, o esquema em todo o Estado de Mato Grosso do Sul era liderado por Fahd Jamil, também alvo da Successione em fases anteriores.

Fahd deixou o comando da organização criminosa e dividiu a operação em duas frentes: a região de Campo Grande ficou com Jamil Name e a região de Dourados e Ponta Porã passou para Roberto Razuk. O antigo líder ficou distante, mas manteve influência, como mostrou reportagem da revista Piauí, em dezembro de 2024.