Presidente da Eurocâmara diz que acordo entre Mercosul e UE excluiria R.Unido
O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, durante entrevista coletiva nesta segunda-feira, em Buenos Aires. / Foto: EFE/David Fernández

O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, afirmou nesta segunda-feira que um possível acordo entre a União Europeia (UE) e o Mercosul não poderia beneficiar o Reino Unido como consequência do "Brexit".

"Se a União Europeia e o Mercosul (composto por Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela) chegarem a um acordo integral, o Reino Unido não fará parte dele. Uma pena, especialmente para o Reino Unido", disse Schulz em entrevista coletiva realizada na sede do Ministério das Relações Exteriores da Argentina, após uma reunião com o vice-chanceler do país sul-americano, Carlos Foradori.

Durante o encontro privado entre os dois, o presidente da Eurocâmara manifestou "categórica certeza" de que as negociações entre UE e Mercosul, lideradas pelo Uruguai, "não serão afetadas, de maneira nenhuma, pela situação doméstica" do bloco sul-americano, segundo Foradori revelou posteriormente.

O vice-chanceler argentino ressaltou essa ideia com o objetivo de evitar "que alguns países criem opiniões desfavoráveis" sobre as relações entre os dois blocos. Por sua parte, Schulz evitou falar sobre o conflito que rodeia a presidência temporária do bloco latino-americano.

No começo de agosto, a Venezuela disse ter assumido a liderança do grupo, dando sequência ao rodízio semestral no cargo. A ação foi contestada pelo governo interino do Brasil e pela Argentina, que dizem que o país não tem legitimidade por descumprir os princípios democráticos internamente.

Schulz disse que espera que a disputa interna seja resolvida o mais rápido possível, pois, assim como a UE constitui um bloco "fortemente desenvolvido", o Mercosul pode se transformar em um "interlocutor equivalente".

Nesta tarde, Schulz tem uma reunião marcada com o presidente da Argentina, Mauricio Macri, como parte de uma tour sul-americano que o levará também a Bogotá, onde se encontra com o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, além de outras autoridades do país.