Em Dourados, dos 13 produtos que compõem a cesta, oito apresentaram aumento de preços no mês de julho.

Preço da cesta básica aumenta 4% em Dourados e representa 36% do salário mínimo
Entre as baixas de preços, em julho, estão a batata com de 8,50%; o tomate, 8,03% de queda pelo segundo mês seguido / Foto: Marcos Ribeiro

O preço da cesta básica aumentou quase 4% em julho, aponta pesquisa dos acadêmicos de Ciências Econômicas da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). O trabalho, realizado entre o mês passado e agosto, foi coordenado pelo professor Enrique Duarte Romero.

Segundo informações repassadas ao DouradosAgora, em relação ao salário (R$ 954,00), a cesta de junho saia por R$ 331,54, ou seja, 34,75% do mínimo. No mês seguinte, R$ 344,49, ou 36,11%. Diferença de 3,91% entre os meses seis e sete.

Em Dourados, dos 13 produtos que compõem a cesta básica (açúcar, arroz, banana, batata, café, carne, farinha de trigo, feijão, leite, margarina, óleo de soja, pão-francês e tomate), oito apresentaram aumento em julho. O quilo da banana aumentou 33,97%; o açúcar, 13,83%; pão-francês, 5,95%; óleo de soja, 5,14%; carne, 5,05% - produto este de maior peso na composição da cesta, assim como a farinha de trigo que aumentou 3,80% e a margarina, 2,37%.

Entre as baixas de preços, em julho, estão a batata com de 8,50%; o tomate, 8,03% de queda pelo segundo mês seguido. Os outros produtos, cujos preços caíram no mês de julho foram o café, 3,69%; leite, 1,68% de queda após uma forte elevação no mês passado e com leve variação negativa; o arroz, 0,73%. Pão e carne têm forte influência na composição da cesta, o que explica aumento de preço em Dourados.

Os pesquisadores orientam o consumidor a pesquisar, inclusive junto às enquetes do Procon, antes de comprar, já que a diferença entre estabelecimentos com o maior e o menor preço (R$ 388,76 e R$ 302,82) chega a 20,43%. Conforme a pesquisa, a cesta básica de julho custou mais barato em Dourados que na Capital (R$ 370,59).

No país

No mês de julho, o maior preço da cesta básica foi registrado em São Paulo (SP), com R$ 437,42 seguida de Porto Alegre (RS), R$ 435,02 e o Rio de Janeiro (RJ), R$ 421,89. Os menores preços médios no mesmo mês foram verificados em Natal (RN) com R$ 341,09; São Luís (MA), R$ 336,67 e Salvador (BA), R$ 321,62. No mês de julho, os preços da cesta básica diminuíram em 19 capitais, constata a pesquisa realizada pelo Dieese.

Desta vez, a cesta básica em Dourados foi superior aos preços praticados nas capitais Natal, São Luís e Salvador.

Horas de trabalho

O trabalhador em Dourados precisou trabalhar 76 horas e 34 minutos para pagar a cesta básica de junho. No mês seguinte, ele precisou de um tempo maior para comprar alimentos: 79 horas e 26 minutos, o que representa uma perda do poder de compra do salário.

Salário Mínimo

Segundo a Constituição Federal, o salário mínimo deveria ser suficiente para cobrir despesas do trabalhador e família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

Dessa maneira, em junho de 2018, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 3.727,19 ou 3,91 vezes mais do que o mínimo vigente que é de R$ 954,00. Em julho, estava em 3.810,36 ou 3,99 vezes o atual mínimo.