Político de MS diz que acusação de exploração sexual é armação política

O ex-deputado estadual Sérgio Assis (PSB) prestou depoimento na Delegacia Especializada de Pronteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA) nesta quarta-feira (22). Ele é um dos suspeitos de participar do suposto esquema de exploração sexual. O ex-parlamentar disse que a investigação é uma armação contra ele.

“É uma armação contra mim. Já tentaram outros tipos de armações e não conseguiram me prejudicar. Não só prejudica a mim como destrói minha família também”, afirmou Assis ao sair da delegacia. O advogado de defesa, José Trad, disse que o ex-deputado foi citado no processo como um dos participantes do esquema.

A investigação sobre um suposto esquema de exploração sexual de adolescente envolvendo políticos do estado e extorsão de dinheiro do vereador de Campo Grande, Alceu Bueno (PSL), começou há um mês depois de uma mãe denunciar o sumiço da filha.

“Nós iniciamos uma investigação sobre um suposto desaparecimento de pessoa, de uma adolescente. A partir de então que começaram a surgir todas essas denúncias aí”, disse o delegado Paulo Sério Lauretto.

Segundo o policial, a adolescente estava na casa do Fabiano Viana Otero, de 32 anos. Na época, Otero prestou depoimento e foi liberado. Mas, na terça-feira (21), Dia de Tiradentes, ele teve a prisão decretada e ainda não se apresentou à polícia. Em relação ao suposto esquema de exploração sexual de adolescentes, o advogado de Otero, Amilton Ferreira Almeida, disse não ter conhecimento sobre o envolvimento do cliente.

O advogado do suspeito disse que o cliente está em Campo Grande. “Ele se encontra foragido. Inclusive casa de parentes, inclusive ele vai entrar em contato comigo até no final da tarde para ver o que a gente faz”, disse. Antes, vai entrar com pedido de revogação da prisão preventiva.

De acordo com a defesa, Fabiano é amigo do empresário Luciano Pageu que foi preso em flagrante, na quinta-feira (16), no estacionamento de um supermercado junto do ex-vereador Robson Martins. A dupla estaria tentando extorquir dinheiro de Bueno. O advogado nega que o cliente tenha participado do crime.

O advogado do ex-vereador e do empresário, Ramon Sobral, contou uma história contrária. Ele afirmou que os clientes estavam tentando ajudar Bueno que estava sendo vítima de chantagem de Otero.

A polícia deve concluir as investigações até quinta-feira (23). Até o momento, nove pessoas já prestaram depoimento e mais duas devem ser ouvidas. As investigações apontam que Otero foi o articulador do crime de extorsão porque na casa dele foram apreendidos, no fim de março, objetos, celulares e cartões de memória contendo vários vídeos que denunciam o suposto esquema.