Segundo a polícia, neblinava muito no momento da queda

Polícia vai tentar remontar avião para descobrir motivo de queda
Local do acidente passou por perícia na manhã desta quinta-feira. / Foto: Henrique Kawaminami

O avião de modelo Beechcraft Bonanza que caiu na manhã de ontem (15) em uma região de mata próximo ao Aeroporto Santa Maria, em Campo Grande, será remontado para a polícia tentar descobrir a causa da queda. O acidente aéreo matou o médico Pedro Arnaldo Crem Montemor dos Santos, 67 anos, e a esposa, Silvana Maria Pizzo Crem dos Santos, 65 anos.

Conforme a delegada Ana Cláudia Medina, da Deco (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado), com os destroços que foram recolhidos no local do acidente na manhã desta quinta-feira (16), a polícia vai tentar remontar a aeronave para tentar descobrir o motivo da queda. Diversas situações serão investigadas.

Segundo Medina, as condições climáticas no momento do acidente eram ruins e a principal suspeita é de que o médico estava tentando retornar ao aeroporto quando o avião caiu. ''A neblina é pior que a chuva. Na chuva ainda dá para voar, mas com neblina não dá visão. Talvez ele tenha tentado 'furar' a nuvem, mas não conseguiu e tentava voltar ao aeroporto quando caiu'', disse.

Como é de pequeno porte, a aeronave não possuía caixa-preta e qualquer comunicação era feita por rádio. Porém, segundo a delegada, o piloto não tentou nenhum contato enquanto voava. O médico também não tinha habilitação para voar em mau tempo.

Uma equipe do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), da Força Aérea Brasileira, esteve no local do acidente nesta manhã. Segundo a delegada, eles também estão na investigação para prevenir nossos acidentes.

O caso - A aeronave decolou por volta das 6h de quarta-feira, do aeroporto Santa Maria, na saída para Três Lagoas, com destino a uma fazenda no Pantanal.

O avião sobrevoou aproximadamente 100 metros, deu três voltas em círculo e caiu. O impacto da queda foi tão forte que a aeronave ''cavou'' um buraco no chão. 

A aeronave do médico tinha o CA (Certificado de Aprovação) válido até 26 de setembro de 2020. A IAM (Inspeção Anual de Manutenção) venceria somente no dia 13 de dezembro deste ano. A aeronave estava regular, portanto. Pedro tinha mais de 20 anos de experiência como piloto.

O casal foi velado em Campo Grande e o corpo levado nesta manhã para São Paulo, onde será sepultado.