Homem de 22 anos monitorou passos de Osmar Vicente Álvarez Grance, o “Bebeto”.

Polícia paraguaia prende “olheiro” que seguiu alvos de chacina
SUV onde estavam as vítimas da chacina, crivada por tiros de fuzil. / Foto: ABC Color

Foi preso na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul mais um suspeito de envolvimento na chacina de quatro pessoas, na madrugada de sábado (9), em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia vizinha de Ponta Porã (a 323 km de Campo Grande).

Derlis Javier López Arce, 22, foi preso durante as buscas iniciadas na noite de segunda-feira (11) e que tiveram sequência ontem, em vários endereços em Pedro Juan Caballero.

Segundo o comissário Hugo Díaz, chefe de investigações no Departamento (equivalente a Estado) de Amambay, Derlis é suspeito de ter autuado como “olheiro”, acompanhando a movimentação dos alvos e repassando informações aos pistoleiros.

Morreram na chacina Osmar Vicente Álvarez Grance, o “Bebeto”, e três estudantes de medicina que tinham acabado de sair com ele de uma festa – Haylee Carolina Acevedo Yunis, 21, filha do governador de Amambay Ronald Acevedo, a mato-grossense Rhamye Jamilly Borges de Oliveira, 18, e a douradense Kaline Reinoso de Oliveira, 22.

O paraguaio Bruno Elias Pereira Sanches, 18, e a também estudante de medicina Rhafaelly de Nascimento Alves, de Rondônia, ficaram feridos. Ontem, a brasileira foi transferida do hospital de Ponta Porã para outra cidade, por medida de segurança.

Segundo a polícia paraguaia, foi Derlis que informou o local onde as vítimas estavam e o modelo de veículo conduzido por Osmar Grance. As investigações mostram que ele seria o único alvo do ataque, mas as estudantes acabaram mortas como “efeito colateral”.

O comissário Hugo Díaz informou à imprensa paraguaia que Derlis Javier López Arce foi gravado por câmeras de segurança fazendo sinal aos ocupantes de uma caminhonete Toyota Hilux. Foi desse veículo, encontrado em chamas na noite de sábado, que saíram os três matadores armados com fuzis calibres 7,62 e 5,56. Eles dispararam 110 tiros.

Na imagem, é possível ver o homem, de camiseta vermelha, fazendo sinal com a mão direita para os ocupantes da caminhonete. A suspeita é que os pistoleiros não conheciam Osmar Grance.

Na segunda-feira de manhã foram presos como suspeitos da chacina os brasileiros Hywulysson Foresto, Juares Alvers da Silva, Luis Fernando Armani e Silva Simões, Gabriel Veiga de Sousa, Farley José Cisto da Silva Leite Carrijo e Douglas Ribeiro Gomes. Eles estavam em uma casa afastada do centro de Pedro Juan Caballero.

Até agora a polícia paraguaia não revelou quais provas existem contra esses brasileiros. A suspeita é que sejam membros de alguma facção criminosa com quem Osmar Grance tinha dívida, de dinheiro ou de honra.

Ontem, a polícia paraguaia informou que também está preso um suposto membro do PCC (Primeiro Comando da Capital), Julio César Centurión Cantalupi, localizado por agentes da 6ª Comissaria de Pedro Juan Caballero. Com ele, são oito suspeitos da chacina presos até agora.