Homem fugiu logo após sair da casa das vítimas, teve a prisão decretada no mês anterior e foi preso enquanto caminhava por uma rua na região sul de Campo Grande.

Polícia indicia por 6 crimes e conclui inquérito de pintor que agrediu bebê, estuprou irmãs e filmou parte do crime
Suspeito de estuprar irmãs foi flagrado no bairro Guanandi, em Campo Grande. / Foto: Polícia Civil/Divulgação

A Polícia Civil concluiu o inquérito e indiciou por seis crimes J. M. R. P., de 41 anos, acusado de estuprar duas irmãs, de 13 e 16 anos, além de agredir um bebê de um ano de idade - irmão das adolescentes, em uma casa no Jardim Colorado, em Campo Grande. O pintor fugiu logo após sair da casa das vítimas, teve a prisão decretada no mês anterior e foi preso enquanto caminhava por uma rua na região sul da cidade.

"Nós relatamos o inquérito e encaminhamos ao poder judiciário. Ao todo, foram ouvidas 11 testemunhas, incluindo as irmãs, colegas de trabalho dele, a mãe das crianças, a esposa do acusado, além de servidores da Agepen [Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário]", explicou ao G1 a delegada Anne Karine Trevisan, responsável pelas investigações.

Os crimes no qual José Maria, apelidado de Faustão, deve responder são: lesão corporal dolosa, roubo qualificado, estupro, estupro de vulnerável, satisfação da lascívia e também por filmar cenas de sexo envolvendo menores, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Somadas, as penas máximas ultrapassam a 30 anos de reclusão.

Esposa do suspeito disse que sabia de crimes hediondos, mas, "quis ajudar"
 

A técnica de enfermagem, de 54 anos, que há 5 convivia com o pintor, prestou depoimento e alegou que sabia de crimes hediondos cometidos por José Maria "no passado". No entanto, a mulher disse não imaginar que ele ainda estaria cometendo infrações.

"Ela falou que sabia que ele ficou 8 anos preso, em regime fechado, por crimes hediondos. Esse é o termo que foi usado por ela no depoimento. A mulher ainda disse: eu quis ajudar", afirmou na ocasião a delegada.

Ainda conforme o depoimento da técnica de enfermagem, ela e o suspeito se conheceram no presídio e mantiveram contato por rede social. Além dela, os policiais também estiveram na casa da mãe do suspeito. No local, a idosa informou não ter informações do paradeiro dele.

Entenda o caso
 
J. M. R. P., de 41 anos, teve o mandado de prisão decretado em setembro deste ano. Antes, a polícia divulgou várias fotos do suspeito, ressaltando que o pintor era foragido do sistema aberto de Campo Grande, onde cumpria pena pelos crimes de furto, roubo e estupro. Sua condenação é de 1998.

O caso mais recente foi no dia 5 de setembro, quando ele esperou a mãe das adolescentes e do bebê sair de casa para pular o muro e invadir o imóvel. Logo após trancar o portão, uma das meninas foi abordada por Pereira, já dentro da cozinha da residência.

"Ele usava facas para ameaçá-las, usou a corda de uma rede para amarrá-las, as agrediu fisicamente, estuprou a mais velha e obrigou a mais nova a filmar. Depois praticou atos libidinosos com a mais nova [o que caracteriza o estupro de vulnerável]. Ele também deu um tapa no rosto do bebê de 1 ano que estava chorando. Usou de bastante violência, esse é o modus operandi dele, os estupros que ele já responde têm essa característica na forma dele atuar", ressaltou na ocasião a delegada.

Conforme Anne Karine, o homem invadiu a casa, rendeu as vítimas e em meio aos abusos e ameaças ainda comeu bolo e bebeu leite, espalhando suas digitais por toda a casa. Somente depois é que ele encontrou uma caixa de luvas cirúrgicas, da mãe das vítimas, que é técnica de enfermagem.

Depois de cometer o crime, à polícia diz que o homem deixou uma das adolescentes amarradas, roubou alguns objetos da casa, jogou a chave dentro do imóvel e mandou que elas contassem até 200. Aterrorizadas, as vítimas obedeceram. Contaram, depois se soltaram e conseguiram pedir ajuda.