A área abandonada se destaca no bairro pelo lixo. Todo o terreno é coberto de entulhos e restos de móveis quebrados, o cheiro ruim pode ser sentido de longe.

Polícia faz varredura e encontra pelo menos 12 cães e gatos mortos em terreno
Cachorro carbonizado na área usada como lixão pelos moradores. / Foto: Henrique Kawaminami

Equipes da Decat (Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Ambientais e Atendimento ao Turista) e da perícia foram nesta manhã (22), ao terreno baldio onde cachorros e gatos foram incinerados, no Bairro Parque Novo Século, em Campo Grande. Pelo menos 12 animais mortos foram encontrados no local.

A área abandonada se destaca no bairro pelo lixo. Todo o terreno é coberto de entulhos e restos de móveis quebrados, o cheiro ruim pode ser sentido de longe. É no meio desse cenário, que indícios de uma fogueira chamam atenção. Entre as cinzas, cães e gatos carbonizados.

Com a perícia desta manhã, as equipes contaram dez animais queimados, pelo menos dois estavam dentro de sacolas de lixo. Além dos gatos e cachorros carbonizados, os policiais da delegacia especializa encontraram ainda outros dois cães mortos, descartados dentro de sacos no terreno.

Não é possível saber a causa das mortes ou quem carbonizou os animais, mas dois crimes são investigados pela Decat. “Apuramos maus-tratos, com agravante da incineração dos animais, e a poluição do local. Há mosquitos e outros animais que podem trazer prejuízo a vizinhança', explicou a policial Dandara Feitosa da Cunha.

A denúncia chegou à delegacia depois que a comerciante Elizangela Ferreira Teodoro, de 38 anos, foi avisada dos crimes, gravou a situação e enviou para a polícia. Ela mora há dois anos no bairro e revelou que o terreno é diariamente usado para “descartar' animais, vivos ou mortos.

“Passei a noite pensando se trouxeram vivos e mataram aqui, se estavam mortos e atearam fogo. Aqui é direto essa situação, resgatei diversos animais. Já encontrei cachorro com a unha arrancada, perdi a conta de quantos resgatei. Jogam aqui vivos, mortos, doentes, sem conseguir andar, vou tratando como posso, o pessoal me ajuda, depois que já estão saldáveis, vão para adoção', revelou.

Elizangela conta que já fez dívida de R$ 3 mil para cuidar de um dos animais que resgatou na região. “Os animais são inocentes. Os bichinhos só dão amor, como alguém tem coragem de fazer isso. Sinceramente, isso aqui é um inferno para os animais', desabafou.

Segundo as equipes da investigação, ainda não é possível identificar o responsável pelo terreno, mas a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana) já foi notificada para confirmar de quem é a responsabilidade de área, se púbica ou privada.