Marido da vítima foi preso temporariamente após declarações contraditórias. Local onde a polícia está é onde ela morava com o suspeito, em Campo Grande.

Polícia faz buscas na casa de mulher desaparecida há 47 dias; amiga acha que marido

A Polícia Civil faz buscas e exames periciais em uma casa na rua dos Ipês, no bairro Joquei Clube, em Campo Grande, onde a vendedora e estudante de técnica em enfermagem Graziela Pinheiro Rubiano, de 36 anos, desaparecida há 47 dias, convivia com o marido. Ele, que não teve a identidade revelada, foi preso neste mês, após declarações contraditórias e negar o crime, ainda conforme a polícia.

Ao G1 o delegado Carlos Delano, titular da Delegacia Especializada em Repressão à Homicídios (DEH) e responsável pelas investigações, afirmou que o corpo da vítima não foi encontrado, nesta quarta-feira (20). Uma amiga da vítima, de 28 anos, que já prestou depoimento na polícia, ressaltou que tanto a investigação como conhecidos da vítima, acreditam que ela tenha sido morta e enterrado pelo marido, que teria "escondido muito bem o corpo".

Entenda o caso
 
Desde o início do mês de abril, quando o boletim de ocorrência foi registrado, a Polícia Civil está fazendo varredura em diversos bairros da capital sul-mato-grossense para achar pistas da Graziela Pinheiro.

Conforme a amiga, ambas faziam curso juntas há mais de um ano. No entanto, há cerca de um mês e meio, ela percebeu alguns hematomas no corpo da Grazi, como ela é conhecida entre as amigas. No caso do marido, ela disse que "apenas o conhecia de vista, já que ele também fazia o curso".

"Fazemos o curso de técnica em enfermagem juntas e ela chegou uma vez com o braço roxo. Eu perguntei o que aconteceu e disse que caiu da cadeira. Outro dia tinha uma ferida no rosto e falou que foi pegar um pote de açúcar e caiu no rosto dela. Só que na última quarta-feira que eu a vi, alguns dias antes de parar tudo por conta da pandemia, nós estávamos no laboratório e eu vi as costas dela toda roxa. Foi quando eu perguntei novamente e ela pediu para eu esquecer esse assunto", comentou na ocasião.

Conforme a amiga, mais uma vez, ela insistiu no assunto e a estudante não quis falar o que estava acontecendo. "Ela disse: 'não se envolve não, é complicado'. Foi aí que eu falei que tinha um monte de mulher no curso a favor dela, que poderíamos ajudar, só que ela se afastou mais ainda. E nós tínhamos um trabalho pra entregar na outra semana, no qual ela ficou responsável, porém, ela não estava mais atendendo as minhas ligações e também não foi ao local no dia combinado de entregar o trabalho", explicou.

A amiga comentou ainda que passou o final de semana "muito preocupada". "A gente fica imaginando mil coisas que podem ter acontecido com ela. A Grazi falava que era casada, me dizia que era de Manaus e os pais são falecidos. Nós fomos até o companheiro e este disse que também não sabia dela, entregou o uniforme, a chave da empresa onde trabalhavam juntos e sumiu, então, não sabemos o que pensar. Até o patrão comentou que ela não faltava serviço e que o celular só dá desligado", finalizou.

O caso foi registrado como desaparecimento de pessoa. Quem souber de informações pode fazer denúncias, sob total sigilo, no número: (67) 3318-9026.