Polícia desmantela esquema de roubo de gado em MS
/ Foto: Diretor da Famasul, Ruy Fachini, participou da apresentação de 10 acusados à imprensa na manhã de hoje.

O Garras - Grupo Armado de Repressão a Roubo a Banco e Resgate a Assaltos e Sequestros desmantelou um organizado esquema de furto de gado realizado por quadrilhas especializadas em vários municípios de Mato Grosso do Sul. Representantes da Famasul - Federação da Agricultura e Pecuária de MS e do Sindicato Rural de Campo Grande, entidades que deram apoio às investigações, participaram da apresentação de 10 acusados à imprensa na manhã desta segunda-feira (09), na sede do departamento.

A investigação do roubo dos animais foi realizada em trabalho conjunto com o 1º Distrito Policial de Aquidauana e teve um desfecho rápido, uma vez que iniciou com o furto de 110 animais ocorrido no último dia 05 de fevereiro, naquele município. A partir de então, foi deflagrada a Operação Brangus – em alusão à raça dos animais furtados – que culminou com a prisão dos envolvidos em três esquemas distintos que, segundo a polícia, estavam se unindo para fortalecer sua atuação.

Foram recuperadas cerca de 300 cabeças, mas o total recuperado a partir da ação pode chegar a 400 animais. Segundo o delegado Fabio Peró, o valor do prejuízo é incalculável uma vez que boa parte dos animais furtados são reprodutores, com valor comercial que pode chegar a R$ 40 mil por cabeça. “Eles não pegavam gado bravo, pegavam gado manso, utilizados na coleta de sêmen”, afirmou o delegado. Os animais furtados foram remarcados, o que dificulta a identificação do proprietário. Depois de roubado, o gado ficava escondido em assentamentos na região de Aquidauana.  

Bem estruturados, os ladrões utilizavam caminhões cargo para transportar os animais e privilegiavam propriedades na beira de estradas, para facilitar a fuga. Os furtos foram registrados em 12 boletins de ocorrência, mas o delegado diz que há outros registros ainda não contabilizados. Segundo o delegado Geral da Polícia Civil, Roberval Maurício Rodrigues, as investigações vão continuar. “Precisamos descobrir quem fornecia as notas fiscais para a comercialização dos animais”, disse.

O diretor-secretário da Famasul, Ruy Fachini, participou da coletiva de apresentação das quadrilhas e disse que a ação da polícia, com uma das prisões mais expressivas relativas a abigeato dos últimos anos, serve como alento ao produtor. “O número de ocorrências de furtos de animais vem crescendo assustadoramente. O que preocupa não é só a incidência dos casos, mas a quantidade de animais que são levados a cada ação dos bandidos”, afirmou.