Os policiais foram denunciados pelo Ministério Público de Mato Grosso o Sul no ano passado e desde então são investigados.

PMs são suspeitos de facilitar passagem de agrotóxicos e cigarros
Um dos presos chegando na sede da Corregedoria da Polícia Militar, nesta manhã. / Foto: Henrique Kawaminami

Os seis policiais militares presos na operação Ave Maria deflagrada pela Corregedoria da Corporação nesta manhã, são suspeitos de facilitar a passagem de carretas de cigarros, agrotóxicos e produtos contrabandeados, na região de Sidrolândia, distante 71 quilômetros de Campo Grande. A investigação começou no ano passado. Neste mês o MP/MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) pediu a prisão preventiva dos suspeitos. 



 
Durante a ação para cumprir seis mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão foram localizados R$ 4,5 mil em notas pequenas com um dos policiais alvos da operação. Questionado, o PM relatou que o dinheiro pertencia à mulher que é proprietária de duas lanchonetes em Sidrolândia. Com um sargento foi apreendida uma arma sem registro.

Segundo Edmar Soares da Silva, advogado da ACS (Associação e Centro Social dos Policiais Militares e Bombeiros Militares de Mato Grosso do Sul), vai representar três dos seis policiais presos na ação. Para ele, a prisão dos PMs foi desnecessária e prematura. “Vou entrar com pedido de liberdade provisória. É prematuro afirmar que houve desvios dos produtos. Até porque os policiais fizeram a apreensão dos veículos e entregaram para as autoridades policiais”, explicou. O advogado disse que acompanhou o depoimento dos militares e que eles responderam a todos os questionamentos. 

Prisão - Os policiais serão levados ainda nesta quinta-feira (26) para o Presídio Militar, localizado no complexo penitenciário do Jardim Noroeste. Durante a ação, foram apreendidos pistolas, arma de pressão, munições, notebooks, dinheiro, HDs, caixas com documentos, malas e até um pneu de motocicleta, provavelmente desviado em barreira policial. Os nomes completos dos PMs (entre eles um sargento da corporação) ainda não foram divulgados. Apenas três deles foram identificados como Anderson, Gilmar e Rafael.

Os mandados de prisão preventiva foram cumpridos em Sidrolândia e Campo Grande. Também foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão. Os presos foram levados em viaturas descaracterizadas para a sede da Corregedoria, na Rua José Gomes Domingues, no Bairro Santa Fé. A maioria escondeu o rosto ao entrar no prédio. Nenhum deles estava algemado. Os nomes completos dos PMs ainda não foram divulgados. Apenas quatro deles foram identificados como Diego, Anderson, Gilmar e Rafael.