O Curso terá duração de 140 horas e faz parte da grade de cursos da Polícia Militar e, por isso, pode ser oferecido para Policiais de outros Estados.

PMA iniciou hoje aula prática do curso de taxidermia e Educação Ambiental para Policiais Ambientais de sete estados e DF na fazenda Green Farm em Itaquiraí

A Polícia Militar Ambiental iniciou ontem (25) com parte das aulas teóricas e hoje (26) as aulas práticas, o VIII curso de taxidermia (empalhar) de animais silvestres e Educação Ambiental. Pela manha de ontem, passaram em uma madeireira na cidade de Caarapó, para aprenderem a confeccionar a palha que é utilizada nos animais taxidermizados.

À tarde de ontem, os Policiais conheceram os trabalhos que a Fazenda Green Farm CO2 Free, onde ocorre o curso, executa na área de conservação ambiental, como os viveiros de mudas nativas para recuperação de áreas degradadas, o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres da fazenda, o criadouro conservacionista de pacas, apoio a pesquisa com reprodução de antas, os cuidados com animais que são encaminhados à fazenda, por não poderem mais se readaptarem a vida na natureza, bem como os projetos de neutralização voluntária de carbono e o sistema agro-florestal (SAF). Em seguida aconteceram aulas teóricas sobre as questões ambientais e Educação Ambiental.

À noite houve a solenidade de abertura, com participação de autoridades, como o Comandante de Policiamento da Área 1  (CPA -1), com sede em Dourados, Coronel Givaldo Mendes de Oliveira e do Comandante do 12º Batalhão de Polícia Militar de Naviraí, Tenente Coronel Everson Antônio Rozeni, bem como o Comandante do Grupamento de Polícia Militar Ambiental de Naviraí, Tenente Ismael Frais Júnior.

Hoje se iniciaram as aulas práticas de confecção dos animais (taxidermia). Serão confeccionados animais como: onças, jaguatiricas, anta, cervo-do-pantanal, tatus, cotias, gambás, capivaras, quatis, jacarés, raposas, primatas e várias espécies de aves e peixes.

Neste ano, participam 22 Policiais Militares Ambientais do Paraná, Santa Catarina, Espírito Santo, Paraíba, Alagoas, Goiás, Mato Grosso do Sul e do Distrito Federal. Alguns problemas relativos a voos de uma companhia área impediram à participação de inscritos de mais cinco estados.

Os policiais calculam que até o final do curso, no dia 5 de maio, serão confeccionados cerca de 50 animais, que serão utilizados em Educação Ambiental realizada em escolas pelos Policiais e pelas crianças e adolescentes do Projeto Florestinha.

O CURSO

O Curso de Taxidermia surgiu em razão de diversas solicitações das Polícias Militares Ambientais de outros Estados, que conheciam a forma de uso dos animais silvestres taxidermizados nos trabalhos de Educação Ambiental da Polícia Militar Ambiental de Mato Grosso do Sul e queriam aplicá-la nas suas corporações.

O curso visa a preparar os policiais para aproveitamento de animais atropelados, produtos de caça e tráfico, ou que morrem nos Centros de Reabilitação de Animais Silvestres, fazendo taxidermia e os utilizando em oficinas de educação ambiental, em especial em escolas públicas e privadas, para discutir os problemas relacionados à fauna, tais como: atropelamentos, caça, tráfico, criação em cativeiro e explanando sobre a cadeia alimentar e a importância da fauna para o equilíbrio ambiental.

Objetiva principalmente à troca de experiências entre as polícias militares ambientais sobre os tipos de trabalhos de Educação Ambiental que cada Unidade está executando, com a finalidade de qualificar e melhorar este trabalho tão fundamental para a minimização dos crimes e infrações ambientais, bem como a troca de experiências relativas às outras atividades inerentes à fiscalização, convênios, tecnologias e estruturas utilizadas, entre outros. 

A ideia deste tipo de trabalho de taxidermia é montar museus itinerantes de educação ambiental para ter atrativos às crianças e adolescentes no sentido de se discutir as razões que levaram àqueles animais a estarem mortos e não na natureza cumprindo seu papel ecológico. Trata-se de uma forma bastante didática, que tem fundamentado e tornado os trabalhos na área de Educação da Polícia Militar Ambiental extremamente requisitados, até porque, o museu de fauna itinerante é somente uma das oficinas utilizadas nos trabalhos. Também há outras oficinas, com discussões de outros temas, como: oficina de reciclagem (em que se discute a questão dos resíduos sólidos), do ciclo da água (discutem-se recursos hídricos), a casinha da energia (discutem-se sobre os tipos de produção de energias e seus impactos, bem como energias as renováveis e limpas), plantio de mudas nativas (discutem-se sobre desmatamento, assoreamento, importância da flora etc.).

Além disso, é apresentado o teatro de fantoches, com peças discutindo esses, e vários outros temas ambientais. A PMA trabalha atualmente em média 20 mil alunos por ano em escolas da Capital e interior e o Núcleo de Educação Ambiental da Capital trabalhou mais 229.080 alunos no Estado entre 1999 a 2015, quando os Policiais treinaram equipes do Projeto Florestinha para executar os trabalhos no mesmo modelo. Em 2011, o NEAM recebeu o prêmio Ecologia e Ambientalismo da Câmara Municipal de Campo Grande.

O Projeto Florestinha da Capital que assumiu as funções de Educação Ambiental do BPMA, desde o ano de 2009 já executava educação ambiental com algumas oficinas e, atualmente, executa todas e atendeu 146.883 alunos até o ano de 2018.