Esse presidente da ONG é o mesmo que invadiu em 2017 a rádio de Coxim para agredir o Comandante da Polícia Militar Ambiental que realizava uma entrevista ao vivo e que só foi contido depois de alvejado na perna.

PMA descobre que vídeo de presidente de ONG com pescadores praticando pesca com redes é fraude e ele pode responder por crimes
PMA descobre que vídeo de presidente de ONG com pescadores praticando pesca com redes é fraude e ele pode responder por crimes / Foto: PMA

A Polícia Militar Ambiental de Coxim recebeu um vídeo postado no dia 14 de julho nas redes sociais, denunciando duas pessoas que estariam em uma canoa praticando pesca com redes (petrechos proibidos) no rio Taquari. No material (anexo), o presidente da Organização Não Governamental informa que fez denúncias às autoridades e, como não houve providência, foi para o rio no dia 3 de julho de 2019 e filmou dois elementos passando arrastão no rio Taquari.

No vídeo, o Presidente diz que os elementos estavam encapuzados e chama a atenção dos pescadores, que continuam a praticar a pesca. Ainda afirma que dois outros barcos com motores haviam fugido. Por fim, cobra providências da Polícia Militar Ambiental, da Promotora de Justiça e até do Governador.

Como de costume, ao receber este tipo de postagem, os Policiais passaram a tentar localizar os pescadores pelas características da canoa e ontem (17) localizaram a embarcação em uma chácara a 25 km da cidade. Ao ser interrogado, o proprietário da canoa, de 56 anos, afirmou que a possui há mais de 40 anos, o mesmo tempo em que mora naquela chácara e é ribeirinho. Disse que não pratica pesca predatória e que empresta a canoa para conhecidos.

Segundo o Ribeirinho, ele conhece o Presidente da ONG há um ano e, no dia 3 de julho, estava em sua canoa praticando pesca artesanal, quando ele chegou acompanhado de três pessoas e solicitou a embarcação para realizar uma pescaria. O ribeirinho disse que emprestou a embarcação e foi então para sua casa almoçar e voltou por volta da 15h00, porém, o pessoal não estava mais no local. Somente pelas 18h00 apareceram para devolver a canoa. Ele afirma que naquele dia não havia ninguém no rio, além das pessoas a quem emprestou a embarcação.

Ainda informa que no dia 16 de julho seu irmão o mostrou o vídeo e que reconhece a canoa ali mostrada como de sua propriedade e que, pelas roupas, tratavam-se das pessoas que apareceram com o presidente da ONG. Verificando fotos das pessoas que costumam andar com o presidente, reconheceu dois elementos, como sendo os que estavam na pescaria no dia do empréstimo da embarcação.

O depoimento da testemunha foi realizado na presença de testemunhas e foi encaminhado à Delegacia de Polícia Civil e ao Ministério Público para apuração dos crimes de pesca predatória e denunciação caluniosa e, dependendo, até de associação criminosa.

Na instância administrativa, a PMA efetuará um auto de infração por pesca predatória para cada um dos participantes. A multa administrativa prevista é de R$ 700,00 a R$ 100.000,00.