A Polícia Federal disse que não vai se manifestar sobre parte do conteúdo da deleção premiada do senador Delcídio do Amaral que diz que órgão “tem dificuldades em avançar na Operação Lama Asfáltica”, deflagrada em julho de 2015, em Mato Grosso do Sul. Conforme o delegado regional de combate ao crime organizado, Cléo Mazzotti, a operação corre em segredo de Justiça e por isso a PF não irá se manifestar.

Segundo relato de Delcídio, as investigações da Lama Asfática estariam enfrentado “dificuldades em avançar” e somente atingiriam uma parte do suposto esquema de corrupção. O material, que expõe suposto esquema de arrecadação de dinheiro federal para campanhas políticas no Estado, que teria funcionado com participação do ex-governador André Puccinelli (PMDB) e do ex-deputado federal pelo PR e ex-secretário de Obras do Estado, Edson Giroto, vai ser encaminhado para investigação pelos órgãos competentes.

As declarações estão em um dos anexos das 254 páginas da delação premiada, homologada nesta terça-feira (15) pelo ministro Teori Zavascki, do STF (Supremo Tribunal Federal). A delação também cita a presidente da República, o ex-presidente Luíz Inácio Lula da Silva, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), políticos da oposição, entre eles Aécio Neves (PSDB).

Delcídio não vai se pronunciar sobre o conteúdo “bomba” do acordo de colaboração com a Operação Lava Jato, autorizado pelo ministro Teori Zawascki. A única decisão anunciada é que ele pediu desfiliação do partido, do qual estava suspenso desde que foi preso, em novembro.

Segundo a assessoria de imprensa de Delcídio no Estado, neste momento ele não tem “nada a declarar”. De acordo com a informação prestada, o senador só vai falar ao final do processo.